O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na tarde desta quinta-feira pela restrição da prerrogativa do foro por função, o chamado foro privilegiado, para deputados e senadores. O placar ficou em 11 a 0. Houve divergência, no entanto, quanto à aplicação da medida.
Leia Mais
Toffoli abre 3ª via e defende extensão da redução do foro para outras autoridadesSTF retoma julgamento sobre restrição ao foro privilegiado com voto de Gilmar Mendes Celso de Mello retira do STF inquérito contra Tiririca por suposto assédio sexual'Era do foro especial está chegando ao fim', diz deputado Rodrigo PachecoInquéritos que investigam Aécio e Bezerra podem deixar SupremoRodrigo Maia manda instalar comissão para analisar PEC do foro na CâmaraNa prática, a decisão fará com o ministro-relator da ação defina individualmente os casos que deverão ou não ser encaminhados à primeira instância. A tese vencedora foi defendida pelo relator da ação, Roberto Barroso.
O foro privilegiado, segundo estabelece a Constituição, é a garantia dada a autoridades para que sejam julgadas em instâncias superiores.
Na sessão de hoje, o ministro Gilmar Mendes, último a votar, afirmou que retirar os processos do STF não vai melhorar a Justiça Criminal do país. O ministro também criticou estudos da FGV que indicaram a demora da Corte para finalizar processos criminais e disse que os dados não condizem com a realidade.
“O Supremo vem sendo atacado por suposta lentidão e inoperância de seus julgamentos criminais. A jurisdição prestada pelo STF está longe de ser pior do que aquela prestada pelas instâncias ordinárias", afirmou.
Ainda na sessão, antes mesmo do voto de Mendes, o ministro Dias Toffoli fez um ajuste em seu voto, inicialmente dado na sessão de ontem. A tese dele era para que a restrição valesse para todos os casos.
Segundo o ministro, a decisão poderia ser estendida para demais cargos com foro privilegiado, como ministros do governo federal, governadores, ministros de tribunais superiores e deputados estaduais. De acordo com Toffoli, o entendimento poderia retirar o foro de aproximadamente 16 mil cargos. (Com agência). .