Um dia depois do julgamento que resultou na restrição do foro privilegiado a parlamentares, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o debate sobre o tema é uma "falsa questão".
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Gilmar vota por redução do alcance do foro para todas as autoridades do PaísGilmar diz que cabe ao Congresso mudar extensão do foro privilegiadoGilmar diz que deve manter em seu gabinete processos mais avançadosJuízes reagem a Gilmar Mendes, que os chamou de 'essa gente'"Numa democracia, não se elimina o Legislativo, embora no Brasil muitas vezes queiramos fazê-lo", disse Gilmar, que participou de um encontro com correspondentes da imprensa estrangeira, no Rio de Janeiro.
Gilmar também desenhou cenários sobre a remissão de processos para a primeira instância. "Pensem num político importante de um Estado do Nordeste ou do norte, e sendo investigado por uma comarca local", disse.
"Comecem imaginar agora os processos que vão baixar de instância, e vejam como estará em seis ou oito meses." Ainda segundo o ministro, "a Justiça Criminal brasileira não é a 13ª Vara Federal de Curitiba".
O ministro lembrou o voto proferido ontem em favor da restrição do foro também para outros cargos e aproveitou para mencionar o episódio do ex-procurador da República Marcello Miller. "O caso que nos constrange a todos, o Miller, está sendo investigado pela procuradoria", engatou.
Lula e a Ficha Limpa
Gilmar comentou ainda a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixar a prisão antes da eleição. "Tenho pra mim que hoje está definido que ele é inelegível, por força da Lei da Ficha Limpa", declarou.
Ele lembrou que a regra, que prevê a inelegibilidade de políticos condenados em órgão colegiado, foi aprovada "quase que por unanimidade e teve apoio de entidades ligadas ao PT".
"Não vejo possibilidade (de Lula se tornar elegível). A hipótese seria a revogação da própria condenação", disse.
"É fácil entender a posição do PT: o PT tão tem um plano B", emendou, ao falar sobre as alternativas de candidatura do partido do ex-presidente. "Eles não têm nenhuma outra força que racionalize isso, apesar de ter outros nomes", emendou.
A expectativa é de que, com Lula fora da disputa, nomes como o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner possam ocupar a cabeça de chapa do partido.
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