São Paulo – O presidente Michel Temer admitiu, em entrevista gravada ao SBT que vai ao ar neste domingo, à meia-noite, que pode desistir de ser candidato à reeleição e apoiar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ou outro candidato de centro nas eleições presidenciais. “Eu não teria dificuldade, não. Se houver conjugação política nestes termos que estou dizendo. Se houver algo que seja útil para o país, e daí a história da união de todos os candidatos de centro, por que não apoiar?”, declarou o presidente ao ser questionado sobre a possibilidade de apoiar um candidato de centro como Alckmin, conforme transcrição de trecho da entrevista divulgada pela emissora.
Temer também falou sobre o depoimento de sua filha Maristela Temer à Polícia Federal, em São Paulo. Ela foi ouvida no âmbito da Operação Skala, que apura suspeitas de corrupção envolvendo o emedebista, aliados políticos e empresas do setor portuário. A investigação apura se a reforma da residência de Maristela foi utilizada para lavar dinheiro de propina. Ele disse que a reforma foi feita, mas que não houve dinheiro ilícito envolvido. “Ela fez pequena reforma e depois, quando resolveu voltar para São Paulo, dois anos depois, fez nova reforma. E neste momento realmente ela teve este auxílio. Mas foi uma reforma regularmente paga, regularmente esclarecida. Não tenho os dados do depoimento que ela prestou ontem ao delegado da Polícia Federal, mas soube que foi tudo pelas melhores”, afirmou.
Michel Temer esteve em São Paulo ontem, onde participou do lançamento da pré-candidatura do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao governo do estado. A cerimônia foi realizada em Jaguariúna. Ao discursar, o deputado federal Baleia Rossi, presidente do diretório estadual do MDB, disse que o partido vive um momento especial em São Paulo, com 85 prefeitos e mais de 700 vereadores, estando presente nos 645 municípios do estado.
CONVICÇÃO
“Precisamos sair daqui com a convicção de que, unidos, somos fortes e vamos levar ao governo um homem preparado, que se dedica à educação, que poderia até não entrar para a política, pois é um homem realizado. O momento exige que pessoas boas entrem para a política. Vamos trabalhar em cada cidade para dizer que temos o melhor pré-candidato para o governo de São Paulo, que é Paulo Skaf”, afirmou.
O deputado estadual Jorge Caruso, secretário do partido, disparou as primeiras críticas ao PSDB. Ele disse que os 20 anos de poder do PSDB no estado foram muitos ruins. “Parece até o tempo do Império, quando o Poder Moderador se instalou e quem precisava de recurso tinha de beijar a mão do mandatário. Isso foi muito nocivo. Um governo que não mostrou o menor respeito pelo MDB, nem pelas outras bancadas também. Foi um período difícil.”