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Estado de Minas

Desgaste de políticos não assusta deputados que buscam reeleição na ALMG

Apesar da insatisfação da população, expectativa de entrada de novos nomes na Assembleia fica abaixo de 40%, longe do recorde de 64%, em 1986


postado em 07/05/2018 07:00 / atualizado em 07/05/2018 11:42

Na Assembleia, a expectativa é que a reeleição se mantenha acima dos 60%(foto: Guilherme Dardanhan / ALMG divulgação)
Na Assembleia, a expectativa é que a reeleição se mantenha acima dos 60% (foto: Guilherme Dardanhan / ALMG divulgação)

A rejeição à corrupção e o desgaste da classe política parecem não assustar os parlamentares mineiros que tentarão nas urnas o aval para continuar mais quatro anos na Assembleia Legislativa. A expectativa, apesar de parlamentares ocuparem diariamente o noticiário em operações da Lava-Jato, é que a média histórica de renovação de menos de 40% seja mantida.

Desde 1986, quando a Assembleia teve recorde de renovação, com 49 novos deputados (64%), o percentual de mudança de cadeiras vem caindo. A tendência se confirmou no último pleito. Embora a insatisfação contra os políticos tenha atingido um de seus picos com as manifestações de 2013, o Legislativo mineiro teve o menor índice de renovação registrado nas últimas eleições, em 2014, com 33,77% de caras novas entres os eleitos. Na eleição de 2010, esse índice havia sido de 35% e na de 2006, 40,25%. Em 2002, a mudança nas cadeiras foi de 46,75%.



Agora, apenas o deputado estadual Anselmo José Domingos (PTC) anunciou que não vai concorrer nas eleições. Outros oito parlamentares – Fred Costa (PEN), Lafayette Andrada (PRB), Rogério Correia (PT), Gilberto Abramo (PRB), Paulo Guedes (PT), Ulysses Gomes (PT), Fabiano Tolentino (PPS) e Felipe Attiê (PTB) – tentarão vaga de deputado federal e os 68 restantes lutam para permanecer com as atuais vagas.

O líder da Minoria, deputado Gustavo Valadares (PSDB), reconhece que o momento é ruim para a classe política, mas acredita que a eleição não terá mais alteração do que a média histórica. “Como temos uma maioria de pessoas de bem, a tendência é que permaneça a média de 30% a 40% de renovação”, disse.

Questionado se o fato de estar com mandato o deixaria em vantagem na disputa, Valadares diz não ver a situação assim, apesar da estrutura que o cargo lhe oferece. “Até porque o sistema proporcional cria possibilidade nas chapas dos partidos pequenos para se eleger com menos votos e há perspectiva de mais facilidade. Obviamente, o fato de eu me dedicar ao mandato pode me trazer respaldo maior do que os outros”, afirmou.

Para o líder da Maioria, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), independentente do índice de renovação que for alcançado, a expectativa é de que a população analise muito mais o perfil dos candidatos, estando ou não nos mandatos. “O eleitor vai fazer análise mais minuciosa antes de votar. Acredito que por essa resistência à classe política também deve ter abstenção considerável”, disse.

Leite, eleito duas vezes o deputado mais jovem da Assembleia, afirma considerar que o mandato não é mais uma vantagem sobre os demais candidatos. “Hoje estão colocando todos que estão na vida pública na mesma seara, então, acaba sendo uma desvantagem. Mas conseguindo mostrar nosso trabalho e propostas com clareza conseguimos reverter as dificuldades”, avalia.


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