Jornal Estado de Minas

João Santana e Mônica confirmam à PF caixa 2 na campanha de Haddad

São Paulo - Os publicitários João Santana e Mônica Moura, antigos marqueteiros do PT que fizeram as campanhas presidenciais de Lula e Dilma, afirmaram à Polícia Federal nesta terça-feira, 8, que houve uso de caixa 2 na campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Eles apontaram ao menos R$ 20 milhões na contabilidade paralela do petista.

O ex-prefeito afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não teve acesso ao novo depoimento de João Santana e Monica Moura à Policia Federal". "No entanto, pelos depoimentos anteriores, ambos confirmaram que jamais trataram com Haddad de financiamentos não oficiais da campanha de 2012".

Segundo o advogado Juliano Campelo Prestes, que acompanhou o casal à PF em São Paulo, eles "ratificaram os termos da colaboração premiada". Em entrevista à repórter Rosana Cerqueira, da GloboNews, Prestes disse que Santana e Mônica foram à PF "para ratificar" o que disseram no âmbito da delação premiada fechada com a Operação Lava Jato.

Prestes ponderou que "o processo é sigiloso". Mas ele confirmou que o casal manteve os termos da delação homologada.

Santana e Mônica estão em regime de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. Em 2016 eles ficaram presos em Curitiba durante seis meses, por ordem do juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, até que resolveram fazer delação.

Um anexo que faz parte da colaboração premiada dos marqueteiros trata exclusivamente do ex-prefeito Haddad, que nega ter sido beneficiado com caixa 2 de sua campanha.

"Eles (Santana e Mônica) ratificaram a colaboração", reiterou Prestes.

Defesa

Por meio de sua Assessoria de Imprensa, o ex-prefeito esclareceu:

"O ex-prefeito Fernando Haddad informa que não teve acesso ao novo depoimento de João Santana e Monica Moura à Policia Federal. No entanto, pelos depoimentos anteriores, ambos confirmaram que jamais trataram com Haddad de financiamentos não oficiais da campanha de 2012.

Cabe informar que a Odebrecht, citada como suposta financiadora teve todos os seus interesses contrariados pela gestão. A saber, o túnel da Avenida Roberto Marinho e a recompra das Cides da Arena Corinthians.

Haddad reitera que está à disposição dos órgãos competentes para prestar quaisquer esclarecimentos."

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