Brasília, 14 - Três pré-candidatos à Presidência vão usar, juntos, pelo menos R$ 1,812 milhão do Fundo Partidário - abastecido com recursos públicos - para bancar gastos de pré-campanha, como aluguel de jatos, passagens aéreas e custos com assessores.
DEM, PCdoB e PSC reservaram verba do fundo para quitar parte da pré-campanha ao Palácio do Planalto de Rodrigo Maia, Manuela D'Ávila e Paulo Rabello de Castro, respectivamente. Já PSDB, PDT, Rede, Podemos e PSOL confirmaram que também utilizarão dinheiro do fundo para pagar despesas dos pré-candidatos, mas não informaram valores.
Sem regras específicas para a fase anterior ao registro oficial das candidaturas - a data limite é 15 de agosto -, os gastos do Fundo Partidário só serão fiscalizados no próximo ano, quando as legendas apresentarão suas prestações de contas anuais à Justiça Eleitoral.
O Fundo Partidário recebe verba da União, além de multas eleitorais. Os valores são repassados mensalmente para as siglas pagarem despesas com a máquina partidária. Para este ano, o valor total previsto a ser repassado é de R$ 888,7 milhões.
Na última semana, a reportagem procurou os 12 políticos que se apresentaram como pré-candidatos à sucessão do presidente Michel Temer.
Presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que o partido reservou R$ 1 milhão do Fundo Partidário para bancar as atividades de pré-campanha de Maia. "Esse recurso já está separado para isso. O projeto é uma prioridade para o partido", afirmou. O dinheiro está sendo gasto principalmente com locação de jato particular para viagens de Maia e contratação de assessores.
O PCdoB, por sua vez, informou que a pré-campanha de Manuela está orçada em R$ 800 mil. De acordo com a legenda, esses recursos virão não só do Fundo Partidário, mas também de contribuição de filiados e militantes e de uma plataforma digital de arrecadação intitulada "Manu pelo Brasil".
Presidente do PSC, Pastor Everaldo Pereira disse que a campanha de Rabello de Castro gastou cerca de R$ 12 mil do fundo até agora.
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a ex-ministra Marina Silva (Rede), o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) e Guilherme Boulos (PSOL) também estão usando recursos do fundo na pré-campanha.
Três pré-candidatos disseram que gastam dinheiro próprio ou de doações de outros filiados. São eles, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) e o empresário Flávio Rocha (PRB), e João Amoedo (Novo). O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) não respondeu aos questionamentos da reportagem. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Igor Gadelha).