O PT desistiu das negociações com o MDB pela retirada do processo de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT) em troca de uma composição nas eleições e vai manter a pré-candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado por Minas Gerais. A estratégia é derrotar o presidente da Assembleia Adalclever Lopes no voto, no plenário da Assembleia Legislativa. Para isso o governo vai usar todas as suas armas.
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Dilma transfere título eleitoral para BH, mas não confirma candidatura ao SenadoDilma Rousseff será candidata ao Senado por Minas GeraisPimentel ganha mais tempo com rito de impeachment definido pela ALMGEleição de Dilma ao Senado é prioridade para PT nacionalSegundo fontes ligadas a Pimentel, o governo já entendeu que não há mais possibilidade de acordo com o MDB e vai partir para a eleição com uma chapa forte, com Dilma concorrendo para o Senado. “Não tem mais nenhum tipo de possibilidade de acordo. Eles querem manter o processo de impeachment só para aumentar o desgaste do governo. Sabem que não tem força para aprovar”, disse.
O governo, por sua vez, vai usar do que tem.
Impeachment
A pré-candidatura de Dilma ao Senado, com a transferência do título dela para Belo Horizonte, foi o estopim para uma crise com o MDB, que sustentou o governo Pimentel no Legislativo. Adalclever esperava ser o único nome forte a concorrer na chapa do PT ao Senado, apesar de este ano duas vagas estarem em disputa.
Nessa quarta-feira, o emedebista deu mais uma mostra de que vai seguir com o pedido de impeachment apresentado pelo advogado Mariel Marra. A Mesa aprovou o rito do processo, que foi publicado nesta sexta-feira no Diário Legislativo.
O deputado Rogério Correia negou que o PT tenha encerrado as conversas com o MDB e atribuiu a informação a "fogo amigo". O petista disse considerar natural que Adalclever tenha aceitado analisar a denúncia contra Pimentel e disse que a estratégia do partido segue sendo a de convecer que não há argumento jurídico para o impeachment. É o que o PT tenta com duas questões de ordem que serão avaliadas por Adalclever.
Correia também negou que sua participação no lançamento do filme sobre Dilma tenha alguma relação com o desentendimento entre os dois partidos e lembrou que ele sempre foi um entusiasta da candidatura de Dilma ao Senado.
"O ato de ontem não foi iniciativa do PT e muito menos do Governo . Foi chamado pelo grupo Alvorada e eu participei . E por mim a chapa ao Senado seria Dilma/Adalcléver . Acho Irresponsável quem fala sem revelar quem é e ainda se diz próximo ao Governador. Fogo amigo e perigoso".
Correia (PT), que participou do ato de apoio à candidatura de Dilma, disse acreditar em uma aliança com o MDB.