Brasília, 19 - O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) e o empresário João Amoedo (Partido Novo) largaram na frente e foram os dois únicos presidenciáveis a lançarem plataformas de arrecadação por vaquinha virtual nesta semana, a primeira em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou pré-candidatos a começarem a arrecadar por essa modalidade. Até a manhã deste sábado, os dois tinham arrecadado juntos R$ 82.295.
Pré-candidatos estão autorizados a arrecadarem por vaquinha virtual (crowdfunding) desde a última terça-feira, 15 de maio. Para isso, precisam contratar uma empresa autorizada pela Justiça Eleitoral. Até esta sexta-feira, o TSE já havia credenciado 33 companhias especializadas em financiamento coletivo. O dinheiro, porém, só poderá ser usado após o registro oficial da candidatura em agosto. Quem não oficializar, terá de devolver os recursos aos doadores.
As doações estão sendo feitas preferencialmente por cartão de crédito e de débito. O limite diário por pessoa é de R$ 1.064. Os recursos doados, contudo, não vão em sua totalidade para o pré-candidato ou legenda.
Álvaro Dias lançou sua plataforma no primeiro dia permitido. O site do pré-candidato do Podemos é um dos mais transparentes: disponibiliza desde o total já arrecadado pelo presidenciável, como o nome, CPF e forma de pagamento do doador. Até a manhã desta sábado, ele já tinha arrecadado R$ 1.970. Esse dinheiro é fruto da doação de 22 pessoas físicas, que fizeram desde doações com valores que variaram de R$ 5 a R$ 500.
Amoedo, por sua vez, conseguiu arrecadar R$ 80.325 até agora, de acordo com a assessoria de imprensa do Novo. Os recursos foram doados por 607 pessoas, que doaram, em média R$ 132. A plataforma do empresário, no entanto, não informa os nomes desses doadores - ele só é obrigado a informar ao TSE, que divulgará posteriormente. O site sugere seis faixas de doação, que vão de R$ 25 a R$ 1.000, mas o doador também pode doar outros valores, até o limite de R$ 1.064 por dia.
Outros pré-candidatos como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) estão concluindo as tratativas para lançarem nas próximas semanas suas plataformas de arrecadação coletiva.
Antes mesmo da data oficial, alguns presidenciáveis lançaram plataformas de vaquinhas virtuais para financiarem suas pré-campanhas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recorreu a esse modelo de arrecadação para financiar as caravanas que fez pelo País antes de ser preso pela Lava Jato, em 7 de abril. A deputada estadual Manoela D'Ávila (PCdoB-RS) também segue financiando suas viagens com recursos arrecadados por meio da plataforma online "Manu pelo Brasil".
Ajustes
Dono de uma empresa especializada em crowdfunding credenciada no TSE, o publicitário Roberto Meira diz que muitos pré-candidatos ainda não lançaram suas plataformas porque estão se ajustando às normas exigidas pela Justiça Federal. A empresa dele já tem 70 clientes, entre pré-candidatos a deputado estadual e federal e dois candidatos a governadores. "Tem uma série de procedimentos. Vamos começar a liberar a partir de quarta ou quinta-feira", disse.
A empresa dele cobra um valor fixo de cerca de R$ 8 mil por todo o serviço.
(Igor Gadelha).