Jornal Estado de Minas

Eduardo Azeredo já é considerado foragido pela Polícia Civil

Primeira delegacia Distrital, na Rua Carangola, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de BH, onde esta sendo aguardada a apresentação de Eduardo Azeredo - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
Dezenas de policiais civis estão à procura do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) em vários endereços de Belo Horizonte desde as 6h desta quarta-feira.

 

De acordo com o delegado Carlos Capistrano, desde o início da manhã a Polícia Civil não está conseguindo contato com os advogados do tucano Maurício Campos Júnior e Castellar Guimarães.  A expectativa é que o ex-governador se entregue à polícia ainda nesta manhã.

“O mandado de prisão saiu ontem à noite, estamos fazendo diligências comuns para tentar localizá-lo, até porque a polícia tem que trabalhar com as duas hipóteses (ele se entregar ou não). Se ele não se entregar, temos que saber onde está para cumprirmos o mandado”, afirmou o delegado.

Entre as equipes deslocadas para as diligências, há policiais caracterizados e à paisana. 
- Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
O mandado de prisão contra Eduardo Azeredo foi expedido no início da noite de ontem, depois que os desembargadores da 5ª Câmara Criminal negaram o último recurso apresentado pela defesa para tentar reverter a condenação a 20 anos e um mês de prisão no caso do mensalão mineiro.

Eduardo Azeredo foi condenado sob a acusação de ter desviado R$ 3,5 milhões para a campanha eleitoral de 1998, quando foi derrotado por Itamar Franco na disputa pela reeleição. O dinheiro seria destinado para o patrocínio do Iron Biker, Supercross e Enduro da Independência - todos eventos esportivos. 

O esquema envolveria a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge).

Habeas Corpus

 
Carlos Mário da Silva Velloso, advogado do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), afirmou nesta quarta-feira que a defesa espera para hoje a decisão sobre o habeas corpus, impetrado para manter o tucano em liberdade até que se esgotem todos os recursos possíveis contra a sentença que o condenou a 20 anos e um mês de prisão.

O argumento é que o ex-governador ainda pode recorrer ao STJ com recurso especial e ao Supremo Tribunal Federal com recurso extraordinário.

Esses recursos, no entanto, só podem ser ajuizados depois que o acórdão com a decisão do TJ for publicado.

"Esses recursos não tem efeito suspensivo. Todavia, a lei que regula os recursos estabelece que pode haver entendimento pela susp ensão, argumentou Velloso, que já foi presidente do STF.Para Ele, a prisão imediata tem o efeito de impedir que o réu exerça o direito de recorrer em liberdade aos tribunais superiores.

Sobre o fato de Azeredo não ter sido localizado pela Polícia Civil e não ter se apresentado, o advogado foi enfático. "Ele foi levado a isso pelo descumprimento da lei por parte do TJ".

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