O aviso dado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de que caminhoneiros que deixassem os veículos estacionados na BR-381, nas imediações da Refinaria Gabriel Passos (Regap) em Betim, na Grande BH, seriam multados, motivou a saída dos caminhões das partes que ocupavam na pista. Mas o protesto continua da mesma maneira, porém, com os veículos pesados ocupando áreas particulares e postos de gasolina.
Pouco antes da entrada da Regap, no sentido São Paulo da BR-381, uma fila de caminhões ocupava a faixa da direita da via. Por volta das 10h, policiais rodoviários disseram que quem permanecesse no local seria multado. Duas horas depois, restaram apenas dois caminhões, cujos motoristas não estavam no local e não foram encontrados. Um agente da PRF disse à reportagem que o objetivo era cumprir a ordem determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que estipulou multa para empresas e caminhoneiros que descumprissem a decisão.
Apesar disso, a PRF informou, via assessoria de comunicação em Brasília, que está levando em consideração o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para aplicar as sanções cabíveis aos condutores que permanecem nas estradas. Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, balanço desse sábado mostrava mais de 400 autuações em todo o país, com valor que superava R$ 2 milhões em penalidades.
A situação não abalou os caminhoneiros, que seguem paralisados pelo sétimo dia neste domingo. Enquanto os motoristas deixavam a beira da rodovia, outros condutores já articulavam novos locais para estacionarem os caminhões, sem risco de nenhum tipo de sanção. Uma das áreas escolhidas foi uma via local de acesso a uma única empresa ao lado da Regap, que começou a receber vários caminhões.
“Nós não queremos brigar com ninguém. A ação nossa é ficar parado, seja onde for. Do jeito que está não conseguimos rodar”, diz Júnior Afonso, de 39 anos, um dos motoristas que orientava os colegas a estacionar na avenida fora da BR-381.