Pressionados pela ameaça de multas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, os caminhoneiros completam uma semana de paralisação hoje com nova estratégia para dar fôlego ao movimento: a busca de apoio da população. A reportagem do Estado de Minas conversou com vários motoristas que apontam para a possibilidade de pelo menos dois caminhos de agora em diante: adesão de pessoas que não são caminhoneiros em manifestações a favor da categoria e manutenção da paralisação mesmo fora das rodovias.
“Acho que depois desse movimento que fizemos, está aberto o caminho para a greve geral. Cidadãos que não fazem parte do transporte já estão se unindo à nossa causa”, diz o caminhoneiro paulista Marcelo Oliveira, de 43 anos. Ontem, cerca de 100 moradores do Bairro Jardim das Rosas, em Ibirité, na Grande BH, se juntaram a motoristas que estavam parados na porta da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, também na região metropolitana, e fizeram protesto a favor dos caminhoneiros. Eles percorreram a via de acesso à Regap e parte da BR-381, com uma faixa “Parabéns caminhoneiros. Guerreiros e patriotas”.
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Temer cede e anuncia redução de R$ 0,46 no preço do diesel por 60 diasRevelações de um caminhoneiro: "Uma hora ia estourar"Após pronunciamento de Temer, caminhoneiros prometem continuar paralisaçãoAgentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) disseram a um grupo de caminhoneiros parado ocupando a faixa da direita da BR-381, antes da Regap, que eles seriam multados se não retirassem dali os caminhões. Passadas duas horas, só restaram dois veículos no local, cujos motoristas não foram encontrados.
“Não teve mudança nenhuma. Enquanto não abaixar o preço do diesel de forma definitiva, e não 30 dias como o governo anunciou que seria no acordo, vai ser assim. Combustível já não tem e agora vai aumentar a falta de outras mercadorias”, diz Lindomar de Oliveira, de 37 anos. “Não queremos briga, não vamos quebrar e não vamos fazer nada. A nossa ação é ficar parado. Não tem problema ser fora da rodovia.
SEM REPRESENTAÇÃO O caminhoneiro Ronaldo Marçal, de 35, que só roda com produtos em câmara fria, diz que a aplicação das multas não enfraquece a categoria. Pelo contrário, segundo ele, já que moradores de bairros da região da Regap disseram aos caminhoneiros que hoje podem aparecer para engrossar as fileiras de motoristas de veículos pesados. “Dependendo da quantidade de pessoas o movimento pode até ficar mais forte”, afirma. O caminhoneiro gaúcho Lucas Lemos, de 32, acredita que o movimento será mantido justamente pelo fato de nenhuma categoria os representar. Ontem, Lucas recebeu a notícia do nascimento de seu segundo filho. “Nossa parte estamos fazendo.