Jornal Estado de Minas

Governo federal disponibiliza número de Whatsapp para caminhoneiros denunciarem ameaças

- Foto: Internet/Reprodução

A nova ofensiva do governo para fazer o país voltar à normalidade é contra a violência praticada por grupos que querem impedir o fim do movimento, além dos infiltrados. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou ontem o serviço SOS Caminhoneiro, que disponibiliza o número (61) 99154-4645 no WhatsApp para receber denúncias de violência contra caminhoneiros, inclusive vídeos e fotos dos casos, para que as forças policiais possam agir e decretar a prisões. A intenção é terminar de vez com manifestações e bloqueios que ainda ocorrem pelo país. Jungmann disse que o que está ocorrendo é “violência política.” “É uma canal direto para atender denúncias de violência e para quem queira mandar registros de quem são esses criminosos”, afirmou. O ministro pediu que os caminhoneiros denunciem todas as ameaças.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sérgio Etchegoyen, disse que novas prisões de infiltrados e incentivadores de violência estão sendo feitas. “Nossos caminhoneiros serão protegidos”, disse o ministro, informando também que forças federais estão nas estradas para dar segurança à categoria. Ele ainda admitiu que o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que vale até o dia 4 de junho, poderá ser prorrogado “na medida da necessidade”.

Embora não tenha detalhado as novas prisões ocorridas, o ministro fez questão de informar que foi preso o homem visto em vídeo divulgado pela imprensa agredindo motorista de cegonheira que vestia camisa vermelha e tentava passar por bloqueio.
O ministro se referia a um episódio de violência registrado na terça-feira na BR-153 em Miranorte, na região central do Tocantins. Nas imagens, é possível ver que o caminhoneiro teve a roupa rasgada e recebeu socos. “Estamos trabalhando na identificação e chegando aos responsáveis (pelas violências)”, disse o ministro. Na terça-feira, sete pessoas já haviam sido presas em atos semelhantes no Maranhão. O ministro afirmou que não poderia dar mais detalhes do que está sendo feito para não atrapalhar o trabalho de identificação dos agressores.

‘APROVEITADORES’ “Não temos mais movimento de caminhoneiros, o que temos agora e tem trazido preocupação é o uso da violência contra movimento de caminhoneiros.” Para o ministro, “aproveitadores” estão ultrapassando “todos os limites da civilidade e da negociação”. “Os limites foram rompidos, mas não foram rompidos pelos caminhoneiros nem pelo governo.” Ele disse que, após acordo com governo, a violência tem sido usada como argumento para manter a paralisação dos caminhoneiros e impedir a normalização do abastecimento.

“É preciso que tenhamos claro que haverá e está havendo não só o emprego da autoridade do Estado, como as responsabilidades criminais em todos os aspectos e todas as frentes que isso puder acontecer.”

Ele ressaltou que o uso da violência “não pode estar disponível como forma de pressão de movimentos trabalhistas nem como forma de atuação política”. O governo suspeita que infiltrados políticos estejam atuando nos movimentos.
Etchegoyen pediu “responsabilidade” às mães, para que não levem crianças às estradas para mobilizações que optaram pela violência e pediu aos caminhoneiros que não se deixem intimidar porque as forças de segurança estarão presentes para protegê-los. “Vamos atuar com a energia que se fizer necessária”, avisou ele. “Repito para aqueles que nos ouvem, nos veem, para chamar a razão para que as coisas voltem ao limite da civilidade porque limites foram rompidos, não pelos caminhoneiros nem pelo governo, e vamos defender a sociedade e caminhoneiros”, emendou.

Etchegoyen informou que ontem à tarde só existiam dois pontos de obstrução total no país, além de interrupções parciais e que o govenro estava “tratando para demovê-los. “Atingimos 52% da normalidade”, afirmou o chefe do GSI. “Não temos tudo que gostaríamos. Mas é compreensível porque o processo para repor estoques é lento”, observou. “As notícias são que caminham para a normalidade, avançam para a normalidade”, prosseguiu ele, citando que “não temos mais movimento de caminhoneiros, mas, sim, ações com uso de violência contra os caminhoneiros”.

 

REFORÇO NAS ESTRADAS

O ministro Jungmann, informou que o efetivo das Forças Armadas empregado para dissolver bloqueios e ajudar na retomada do abastecimento chega a 20 mil militares, que, somados aos 10 mil da Polícia Rodoviária Federal e aos mil da Força Nacional de Segurança Pública, são praticamente quase 30 mil mobilizados. Ele disse ainda que, fora este número, estão ainda o pessoal da Polícia Federal e das polícias estaduais, que também estão nesse trabalho.

Há ainda, segundo o ministro, 800 motoristas das Forças Armadas atuando nas estradas.

Jungmann informou que o presidente Michel Temer vai editar medida provisória para disponibilizar recursos que vão permitir reforço do contingente da Polícia Rodoviária Federal nas estradas e garantir que os caminhoneiros possam voltar a trafegar com segurança. Ele explicou que os policiais poderão aderir ao chamado plantão voluntário, em que recebem para trabalhar em dias de folga.

 

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