Preocupado em não perder votos entre eleitores de menor renda, o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) prepara uma "carta de princípios" na qual se comprometerá em manter o Bolsa Família, com mais auditorias, entre outras promessas. A estratégia do documento é formalizar compromissos do pré-candidato na área social, na qual incluirá também uma reforma da Previdência "devagar".
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A elaboração da carta ocorre em paralelo a conversas do economista Paulo Guedes, conselheiro do pré-candidato, com empresários e banqueiros para apresentar Bolsonaro. "Tenho aprendido com ele (Paulo) e ele tem aprendido comigo, que conheço a política: 'Paulo, isso não passa na Câmara'", disse o pré-candidato sobre as conversas com o economista. "A minha reforma da Previdência, por exemplo, é por partes. Duvido que não votem uma primeira leva (de medidas). Vai (se for) devagar."
A preocupação da campanha de Bolsonaro é com eventual difusão de que um governo do pré-candidato do PSL poderá acabar com o Bolsa Família.
Criado há 14 anos pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa atende 13,9 milhões de famílias, que recebem em média R$ 178,46 por mês.
Há preocupação também com o eleitorado feminino. Pesquisa Datafolha de janeiro mostrou, ainda num cenário com Lula candidato, que Marina vence Bolsonaro nos eleitorados feminino (20% a 11%), mais pobre (19% a 11%) e menos escolarizado (17% a 9%). No Nordeste, reduto principal do eleitor do petista, Bolsonaro teve 9%, índice inferior tanto ao de Marina (16%) quanto ao de Ciro (15%). O Nordeste é a região apontada em pesquisas internas do grupo de Bolsonaro como área das mulheres mais refratárias ao pré-candidato.
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