Um dia depois de lançar oficialmente a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, o PT definiu, em reunião da Executiva em Belo Horizonte na manhã deste sábado (9), priorizar a aliança nacional com o PSB e o PCdoB para as eleições de outubro. E, apesar de o PR não estar nesta lista e de colocar esta questão para ser resolvida mais à frente, o líder da legenda na Câmara, Paulo Pimenta, citou o empresário Josué Alencar, filho do ex-vice-presidente José Alencar como possível vice na chapa de Lula.
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Presidente do PT acredita que Justiça vai liberar candidatura e campanha de LulaPT apresenta jingle de Lula e lança pré-candidatura do petista em BHPT pede que Lula dê entrevistas e diz que manterá candidatura mesmo sem registro'Se Deus quiser, Josué não vai concorrer', diz mãe do empresárioEscolha de vice para a disputa ao governo de Minas está em marcha lentaPré-candidatos a presidente da República correm para fazer alianças eleitoraisEm carta a jornal inglês, intelectuais defendem candidatura de LulaDe acordo com ele, ainda não há definição sobre quem seria o vice neste momento. Pimenta não descartou que a pré-candidata a presidente, deputada Manuela D'Ávila seja o nome escolhido para completar a chapa de Lula, mas colocou outros nomes em discussão.
Josué
“O Josué Alencar, por exemplo, seria muito importante que o PR pudesse vir para esse diálogo também. Tem outros nomes do PSB eventualmente, ou de algum outro partido.
O partido fará sua convenção nacional no dia 28 de julho e vai inscrever a candidatura de Lula na Justiça Eleitoral no último dia do prazo, 15 de agosto. Até lá, a orientação é que os partidos acelerem as negociações para fechar as alianças nos estados.
“Todo o debate que ocorrer nos estados estará subordinado a essa estratégia”, disse Pimenta. Segundo o líder, a partir desta reunião o PT vai traçar conversas para construir coligações nos estados, principalmente onde o PT, o PCdoB e o PSB são governo.
Em Minas
É o caso de Minas Gerais, onde a reeleição do governador Fernando Pimentel será uma prioridade. “O ponto de partida de qualquer diálogo com os demais partidos é preservar os espaços que já temos e, nos demais estados, a ideia é identificar entre os partidos nomes que demonstrem mais viabilidade eleitoral.”
Pimenta disse que particularidades, como a questão de Minas Gerais, onde o PSB tem a pré-candidatura do ex-prefeito Marcio Lacerda, não foram tratadas. Além de ser pré-candidato a governador, Lacerda mantém conversas avançadas sobre ser um possível vice na chapa do presidenciável Ciro Gomes (PDT).
Sobre o desencontro, Paulo Pimenta disse que nem o ex-governador Eduardo Campos, morto em uma queda de avião durante campanha eleitoral de 2014, conseguiu unir todo o PSB.
“Não somos nós que vamos ter a pretensão de unificar os partidos que não conseguiram isso nem para apoiar seus própios candidatos. O que há é um comando nacional, evidentemente que tem limitações por causa das realidades regionais”, afirmou. Pimenta, no entanto, acredita haver espaço para unir PT e PSB em todos os estados.
Nos bastidores, PT e PSB conversam sobre a possibilidade de o PT retirar a candidatura de Marília Arraes em Pernambuco para não atrapalhar a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). Em troca, o PSB retiraria Lacerda da disputa em BH.
Sem constrangimento
Questionado se haveria constrangimento no PT em se aliar com um partido que votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (o PSB ou o PR, por exemplo), o líder petista disse que a realidade política do Brasil tem contradições que se fossem levadas ao pé da letra não permitiriam a discussão de alianças. “Quem dirige o PSB a nível nacional hoje não é o PSB que apoiou o golpe”, exemplificou. .