A ideia de colocar militares nas ruas, combinada com a criação do Ministério da Segurança Pública, seria uma das plataformas de campanha para uma possível reeleição do presidente Michel Temer. Agora, com a sua saída de cena, resta o vácuo a ser ocupado pelos pré-candidatos. Os principais concorrentes à Presidência que estiveram na sabatina realizada na quarta-feira pelo Correio Braziliense, jornal do grupo Diários Associados, contaram como pensam em enfrentar o problema da segurança pública. Quem assumir o Palácio do Planalto deverá traçar estratégias de combate à criminalidade a serem implementadas a partir de janeiro do próximo ano. Dar ao Exército a supervisão do Ministério da Segurança como promessa de conter a violência divide a opinião dos postulantes.
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Em sabatina, Maia se posiciona contra privatização de Petrobras e BBPré-candidatos 'inflam' tempo de TVO que dizem 11 pré-candidatos à Presidência da RepúblicaLula tem 30%, Bolsonaro 17% e Marina 10% das intenções de voto, mostra DatafolhaAlém de Bolsonaro, o tucano Geraldo Alckmin (PSDB) também se encontrou com o interventor do Rio de Janeiro, general Braga Netto. Para o pré-candidato, a criação do ministério foi importante, mas só ele não resolve o problema. Por isso, como promessa para o ano que vem, caso seja eleito, Alckmin pretende criar uma agência de segurança unindo Forças Armadas, política e tecnologia, além de prometer uma guarda nacional permanente.
Para combater a violência, o senador Álvaro Dias (Podemos), assim como Bolsonaro, levanta a bandeira do armamento. Durante a sabatina, ressaltou o desejo de 63,9% da população na venda de armas no país. No entanto, ressalta a responsabilidade do Estado em oferecer segurança à população e implementar políticas efetivas de combate à violência. “Como democrata, devo respeitar a opinião pública, que é soberana. O brasileiro quer porte de armas e temos que possibilitar isso. É um direito do cidadão, de legítima defesa”, pontua.
Visto como forte candidato para angariar eleitores de centro, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) avalia que a intervenção militar é “demagogia”, para conter o medo da população e impor um aparato. Como forma de reverter o alto índice de criminalidade, Ciro é a favor da criação de um sistema nacional de segurança unificado.
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) quer renovar o sistema policial no país. Acredita em uma nova polícia integrada, em que, desde a academia, a Civil e a Militar comecem a trabalhar integradamente, para evitar criar “dificuldade no trabalho”. Maia pretende ainda construir novos presídios para separar os chefes de facções criminosas do preso comum. Já Guilherme Afif Domingos (PSD) quer extinguir o Ministério da Defesa e unificar o sistema de segurança.
Confirmada como cabeça de chapa do PCdoB, Manuela D’Ávila acredita que o país precisa escolher qual crime quer combater. Se eleita, tratará de maneira mais ostensiva os homicídios e os crimes sexuais. “Embora a classe média tenha sensação de pânico, os dados mostram que quem morre mesmo são os povos das comunidades carentes, sobretudo os jovens negros”, declara.
Atividades
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) defende a criação de políticas públicas para os mais vulneráveis. Para a pré-candidata, a violência não pode ser combatida com agressividade. “Não é distribuindo armas que resolveremos o problema de insegurança.” Como uma das propostas, ela pretende investir em atividades culturais em comunidades para acabar a disputa dos jovens com o tráfico de drogas.
O ex-presidente do BNDES Paulo Rabello (PSC) defende a prisão perpétua para homicídio doloso.
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