Em uma eleição marcada por apenas 45 dias de campanha – e prazo final para registrar as candidaturas em 5 de agosto –, os partidos vêm demostrando que não têm nenhuma pressa em definir as chapas majoritárias. Até porque as definições estaduais passam diretamente pela composição acertada na disputa nacional. Embora boa parte das legendas já tenha anunciado quem vai tentar suceder ao governador Fernando Pimentel (PT) no Palácio da Liberdade, ainda é grande o mistério sobre as indicações para vice-governador. Entre os principais pré-candidatos, apenas um já anunciou seu vice: Antonio Anastasia (PSDB), que terá ao seu lado o deputado federal Marcos Montes (PSD).
Nos bastidores, outro deputado federal é cotado para vice-governador: Jaime Martins (Pros), escolhido por 158.907 eleitores em 2014. O partido dele já fechou aliança com o PSB de Márcio Lacerda e o PDT. Na coletiva em que foi anunciada a união das três legendas, há poucos dias, o parlamentar ficou ao lado de Lacerda e foi apontado como o provável vice, embora seja um nome possível também para disputar uma das duas vagas mineiras ao Senado. A única certeza é que ele estará na chapa majoritária, em um cargo ou outro.
Diante da remota possibilidade de ter o MDB ao seu lado, o PT ainda se debruça sobre opções para compor a chapa com o governador Fernando Pimentel. Até então, os planos davam conta de uma reedição da aliança com o MDB, com a possível indicação do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes. No entanto, as articulações esfriaram desde que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) transferiu o título de eleitor de Belo Horizonte para lançar-se candidata ao Senado e Adalclever acatou pedido para a abertura de um processo de impeachment contra Pimentel no Legislativo.
Uma opção para vice do PT poderia vir do PCdoB – aliado histórico dos petistas. No entanto, a relação também ficou estremecida com a vinda de Dilma para Minas. É que os comunistas não abrem mão da candidatura da deputada federal Jô Moraes para o Senado. O PCdoB já até iniciou conversas com o PSB e não descarta a possibilidade de apoiar Márcio Lacerda. No plano nacional, o PT estuda composição com o PSB, mas em Minas a hipótese é remota, até porque a legenda já anunciou a pré-candidatura de Marcio Lacerda.
ROMPIMENTO Depois do rompimento com o PT, o MDB realizou prévias em maio, quando foi aprovada a tese de uma candidatura própria. No evento, foram apresentados como possíveis candidatos a governador o atual vice, Antonio Andrade – um dos principais defensores de candidatura própria –, o deputado federal Leonardo Quintão e Adalclever Lopes.
MDB e DEM ainda mantêm conversa na tentativa de aliança em torno do nome do deputado federal Rodrigo Pacheco – que deixou o MDB em abril para ser candidato a governador. Enquanto o MDB não decide seu destino, o DEM já fechou aliança com o PP, Avante e PEN. No início da semana, Rodrigo Pacheco afirmou que gostaria de ter uma mulher como candidata a vice, escolhida dentro dos quadros dos partidos aliados. Mas nenhum nome foi discutido ainda. Outro pré-candidato já oficializado é o empresário Paulo Brant (Novo), que acompanha o colega de partido Romeu Zema na tentativa de assumir o comando de Minas Gerais. Desde 2016, a legenda tentava trazer o economista e engenheiro para seus quadros, o que conseguiu recentemente. “Não desistimos do nome dele e o convidamos para ser vice-governador”, afirmou o presidente estadual da legenda, Bernardo Santos. A chapa Psol e PCB lançou suas pré-candidatas no sábado passado: as professoras Dirlene Marques e Sara Azevedo para governadora e vice, respectivamente.
Também o pré-candidato João Batista Mares Guia (Rede) já escolheu o seu vice, o empresário Eduardo Lucas ( Rede).