O governador Fernando Pimentel (PT) afirmou na manhã desta terça-feira (19) estar sofrendo um “cerco” do governo do presidente Michel Temer (MDB) com o objetivo de “sufocar” sua gestão à frente do Palácio da Liberdade. Em cerimônia relâmpago de assinatura de uma concessão de rodovias – em meio a um protesto de cerca de 500 professores na praça em frente –, o petista disse considerar justa a manifestação dos servidores, mas também atribuiu o motivo dela à interferência de Brasília.
“Estamos sofrendo esse cerco, e não é outro o motivo desta manifestação aqui fora. É justa a manifestação dos servidores, que querem receber os seus salários em dia”, disse.
Enquanto os professores cobravam o pagamento em dia do lado de fora, Pimentel afirmou que os servidores estão com o salário “um pouco atrasado” e que isso ocorre “não só em função do cerco”, mas também da greve dos caminhoneiros, “que impactou a arrecadação do estado”.
'Política devastadora'
O petista abriu o verbo contra Temer, que disse prejudicar não só a Minas Gerais, mas principalmente aos estados que fazem oposição a ele. Segundo Pimentel, as dificuldades vem de uma “articulação política que sai de Brasília declaradamente com o objetivo de sufocar os estados, de impactar os estados, sacrificar o pacto federativo e principalmente os estados que se opõem a essa política nacional devastadora praticada pelo governo do presidente Temer”, disse.
Pimentel voltou a se referir aos professores no fim do discurso, quando pregou a continuidade da democracia no país. “Que seja assim e que a democracia continue persistindo no nosso país, permitindo que os manifestantes possam se organizar, se mobilizar, mas também permitindo que os governos possam trabalhar.”
Escolhas
Pimentel também aproveitou o evento para criticar a oposição, que comandou o governo nas gestões anteriores dos tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia e de Alberto Pinto Coelho, agora no PPS. Segundo ele, a obra na BR-135 é sonhada e reivindicada há muitos anos pela região do Norte de Minas.
“Certamente até já podia ter sido feita em outros tempos, tivessem outras sido as escolhas de governos anteriores. Mas não foram essas, escolheram fazer outro tipo de obras, às vezes até mais luxuosas, mais vistosas e menos necessárias à população de Minas”, disse.
Pimentel disse ainda que seu governo tem feito as “escolhas acertadas e adequadas”, mesmo enfrentando enorme dificuldade financeira. “As escolhas são feitas não por nós, neste Palácio, mas pela população que se manifesta nos fóruns regionais”, disse.