Em 16 minutos cada, pré-candidatos à Presidência da República tiveram o desafio de conquistar o voto de prefeitos e representantes de municípios mineiros no Congresso Mineiro de Municípios, que começou ontem no Mineirão, em Belo Horizonte. Para isso, trataram de lembrar de suas trajetórias como prefeitos ou vereadores, além de falar sobre o que todo administrador municipal deseja escutar: o compromisso de tirar as prefeituras da crise, aumentar a receita dos cofres públicos e a autonomia deles em relação aos estados e à União. Hoje, o evento traz painel com pré-candidatos ao governo de Minas.
Antes dele, abrindo o painel, o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), que se anuncia como municipalista de carteirinha, ressaltou a necessidade de rever o pacto federalista. De acordo com o pacto, que determina a divisão do dinheiro arrecadado com impostos, 58% do montante é destinado para a União, 24% para os estados e 18% aos municípios. Essa também foi a defesa do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que chegou acompanhado do senador Antonio Anastasia, candidato ao governo de Minas pelo partido.
Aplaudido ao subir no palco, Alckmin fez questão de se apresentar como ex-prefeito de Pindamonhangaba (SP), na defesa de pauta municipalista. “Todo mundo está sem dinheiro e, para ter dinheiro, é preciso ter investimento. Por isso, a necessidade de uma reforma política e tributária para descentralizar as competências”, afirmou. Alckmin encerrou sua fala exaltando que o “século 21 é das cidades”.
A pré-candidata Marina Silva (Rede), acompanhada pelo vice-prefeito de BH, Paulo Lamac, e do pré-candidato ao governo de Minas João Batista dos Mares Guia, lembrou de sua atuação como vereadora em Rio Branco e criticou que, nas atuais circunstâncias, prefeitos precisam “viver de mesada”, ao defender a necessidade de novo pacto federativo. Marina, que disputou as eleições presidenciais de 2014, foi a mais aplaudida entre os presidenciáveis. “Aqueles que trouxeram o país para essa crise não vão resolver o problema. Quero juntas as pessoas para serem a favor do municipalismo”, ressaltou.
MEIRELLES Ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB) classificou a reforma tributária como sua primeira grande medida, caso seja escolhido pela população brasileira para o cargo de presidente da República. O candidato sinalizou que pretende redistribuir os impostos do Brasil para que o país se recupere da “pior crise de sua história”. Acompanhado de claque com faixas “#Chama o Meirelles”, ele ressaltou a necessidade do governo aumentar o repasse de recursos aos municípios.
As fórmulas econômicas para tirar o Brasil da crise também foram a ênfase da fala do presidenciável Paulo Rabello de Castro (PSC), ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Confirmado no evento, o empresário Guilherme Afif (PSD) não compareceu. O deputado federal Reginaldo Lopes (PT) representou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é pré-candidato ao Palácio do Planalto e está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde 7 de abril.