São Paulo - A juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo, manteve a prisão temporária de sete investigados na Operação Pedra no Caminho - investigação sobre supostos desvios de mais de R$ 600 milhões das obras do Rodoanel Norte. Na lista estão o ex-diretor-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) que também ocupou o cargo de secretário de Logística e Transportes Laurence Casagrande (governo Alckmin), o ex-diretor Pedro da Silva e o atual diretor da estatal paulista Pedro Paulo Dantas Amaral. A decisão atende a um pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
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Juiza mantém 7 na prisão por desvios no Rodoanel norteFiscal confirma 'pressão pela mudança de preço' nas obras do Rodoanel NorteDiretoria da Dersa mandou alterar planilhas de obras do Rodoanel, diz delegadoPerillo sugere Meirelles como vice de Alckmin; ex-ministro rejeitaSegundo o Ministério Público Federal, a Pedra no Caminho mira crimes praticados por agentes públicos e empresários durante as obras do Rodoanel Viário Mário Covas - Trecho Norte e envolvem a suposta prática de corrupção, organização criminosa, fraude à licitação, crime contra a ordem econômica e desvio de verbas públicas.
As obras contaram com recursos da União, do Governo do Estado de São Paulo e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foram fiscalizadas pela Dersa.
"As obras são divididas em seis lotes, tiveram início em 2013 e ainda estão em andamento. Apurações do Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram diversas irregularidades e superfaturamento de centenas de milhões de reais, por meio da celebração de aditivos contratuais desnecessários, visando a apropriação indevida de recursos públicos em prejuízo da União, do Estado de São Paulo e do BID", afirmou a Procuradoria da República quando a operação foi deflagrada.
"Para maquiar o sobrepreço adotou-se a prática de jogo de planilhas, expediente comum em fraudes a licitações com muitos itens contratados de forma global, em que o licitante oferece preço acima do mercado para alguns itens e abaixo da referência para outros, de modo a colocar-se artificialmente como menor preço global. Esse expediente é comum em fraudes às licitações."
Os investigadores afirmam que o "TCU constatou superfaturamento na casa dos R$ 33 milhões e manipulação proposital de quantitativos nos contratos, que acabaram por ocultar impacto financeiro consistente em acréscimos indevidos que somam mais de R$ 600 milhões".
A reportagem está tentando contato com os citados. O espaço está aberto para as manifestações.
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