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Estado de Minas ELEIÇÕES 2018

Candidatura de Bolsonaro multiplica candidatos da segurança pública

Desempenho do presidenciável Jair Bolsonaro nas pesquisas e explosão dos índices de violência no país podem levar ao registro de até 180 nomes ligados às polícias para a disputa em Minas


postado em 02/07/2018 06:00 / atualizado em 02/07/2018 07:50

Na esteira de um bom desempenho da pré-candidatura do militar da reserva, deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), nas pesquisas eleitorais e com os índices de violência explodindo no país, as pré-candidaturas de representantes da segurança pública devem se multiplicar nesta eleição em Minas Gerais. A expectativa de representantes da classe é de que entre 120 e 180 militares da polícia e dos bombeiros concorram a vagas de deputados estaduais e federais no estado. Também concorrem policiais civis, federais e agentes penitenciários. Embora em sua maioria eles venham com uma pauta inspirada na do presidenciável, nem todos os integrantes da chamada bancada da bala virão com promessas radicais.


Não é possível fechar um número, pois ainda há prazo para militares da ativa que pretendem concorrer se desincompatibilizarem, mas pelas contas do diretor-jurídico da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), Éder Martins, só entre os agentes de patente mais baixa, de soldados a subtenentes, deve haver de 100 a 150 candidaturas. Também há expectativa de mais oficiais concorrendo, com entre 20 e 30 nomes da PM e dos Bombeiros.

“O crescimento das candidaturas, que deve ser de pelo menos 30%, é o efeito Bolsonaro. Há uma onda de defesa da intervenção militar, que não concordo apesar de ser militar, e o aumento de homicídios no país vem dando força para esse discurso de extrema direita”, afirma Éder Martins. Para o dirigente da Aspra, no entanto, pautas como a revogação do estatuto do desarmamento e a defesa da lei do abate são “discurso fácil”. “Uma média de 500 policiais morrem por ano no Brasil. Se os policiais treinados estão morrendo imagina se armar a população?”, questiona.

Também contrário a armar a população, o suplente de senador Alexandre Silveira (PSD), que coordena a pré-campanha do senador Antonio Anastasia ao governo e é delegado, credita o crescimento das candidaturas à necessidade de fortalecer a classe. Oposição ao governador Fernando Pimentel (PT), ele afirma que a multiplicação das candidaturas se dará por causa da falta de diálogo dos agentes de segurança com o estado.

"O crescimento das candidaturas, que deve ser de pelo menos 30%, é o feito Bolsonaro. Uma onda de defesa da intervenção militar, que não concordo apesar de ser militar, e o aumento de homicídios no país vêm dando força para esse discurso de extrema direita"

Éder Martins, diretor-jurídico da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra)


Pré-candidato a deputado estadual pelo PSL de Bolsonaro, o Subtenente Marinho se filiou este ano. Disse que já vinha trabalhando com a possibilidade de concorrer e enxergou o momento como favorável por causa do apelo da população por renovação e por pessoas que não estejam envolvidas em corrupção. “A sociedade vê nos militares seriedade, compromisso e competência, principalmente na área de segurança, e teve a inspiração também da pré-candidatura do Jair Bolsonaro à Presidência, a quem nos assemelhamos em algumas intenções”, disse.

Como bandeiras, Subtentente Marinho destaca a proteção da sociedade, da família e costumes e das crianças, além da luta contra o fim dos privilégios. Segundo o pré-candidato, cerca de 60% das pré-candidaturas do PSL serão da área da segurança.

No PTB, que filiou um dos deputados estaduais policiais com mandato, Sargento Rodrigues, também vai haver candidatura de agente penitenciário e policial federal. “A segurança é foco porque as pesquisas mostram saúde em primeiro lugar e segurança sempre em segundo. Então temos que nos preparar nesta área, porque a insegurança hoje tanto na capital quanto no interior deixa as famílias muito intranquilas. Temos de dar atenção às políticas públicas de segurança”, afirmou o presidente da legenda, Dilzon Melo. O petebista, no entanto, faz questão de desvencilhar as candidaturas do partido à de Bolsonaro. “Ele (Bolsonaro) é muito radical, de extrema direita, a gente pensa a segurança mas com equilíbrio. O Bolsonaro incentiva muito a violência e não é o que a gente pensa não”, disse.

O deputado estadual Coronel Piccinini (PSB), que tenta mais um mandato este ano, diz que pelo menos 12 oficiais devem concorrer este ano a vagas na Assembleia e Câmara por parte da PM e outros três pelos bombeiros militares. “Os partidos sempre procuram especialistas em segurança porque sabem que é um dos maiores problemas de Minas e do Brasil. Eles mostram que essa bandeira vai ter sucesso e os candidatos se animam. Acredito que a bancada deve fazer pelo menos uns três para se manter do tamanho atual”,disse.

 

 


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