São Paulo - Coordenador do programa econômico do pré-candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB), o economista Persio Arida criticou nesta segunda-feira, 2, o chamado teto dos gastos, uma emenda à Constituição que foi aprovada no início do governo Michel Temer, em 2016, e consiste em limitar o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior, por um prazo de 10 anos, prorrogáveis por mais 10.
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O teto dos gastos é frequentemente apontado pelo presidente Michel Temer como uma das medidas do seu governo para "modernizar" o País e uma das provas de que seu governo é "reformista" e comprometido com o ajuste fiscal. A bancada do PSDB votou integralmente a favor da emenda à Constituição. Neste ano, Alckmin chegou a criticar a medida, por esmagar o investimento e o custeio, mas negou a possibilidade de revogá-la caso seja eleito presidente.
Arida tem dito em suas palestras que, para o Brasil voltar a crescer a um ritmo de 4% ou 5%, é necessário equilibrar as contas públicas. "Quando a parte fiscal está desequilibrada, todo o resto sai do equilíbrio", disse. Para ele, o pior não é ter déficit, mas sim ter uma dívida alta.
"Está tudo bem se você não deve nada e fica pendurado no banco.
No evento de hoje, que contou basicamente com lideranças da sociedade ligadas a Pesaro, não necessariamente vinculados ao PSDB, Arida foi mais tímido ao se referir a outros candidatos. Em eventos anteriores, principalmente aqueles com plateia do mercado financeiro, ele dedicou boa parte dos seus discursos para criticar o deputado federal Jair Bolsonaro, pré-candidato a presidente pelo PSL e um dos principais adversários de Alckmin na disputa por votos de eleitores que rejeitam o PT.
Dessa vez, Arida voltou a ressaltar que Bolsonaro tem um histórico de votações na Câmara alinhadas com as bancadas de esquerda, o que seria contraditório com a tentativa do deputado de se mostrar como um candidato liberal, principalmente depois que passou a ser assessorado pelo economista Paulo Guedes. Disse também que é necessário ter experiência para fazer ajuste fiscal e formar alianças no Congresso, credenciais que, segundo economista, somente Alckmin tem.
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