Brasília, 05 - A Polícia Federal (PF) apreendeu nesta quinta-feira, 5, R$ 5 mil em dinheiro vivo na mala do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP), durante nova fase da Operação Registro Espúrio. Os policiais revistaram o gabinete do deputado na Câmara, onde recolheram documentos e copiaram o conteúdo dos computadores.
Jonas Antunes de Lima, assessor do deputado, foi preso e presta depoimento aos policiais, assim como funcionários comissionados do Ministério do Trabalho, controlado politicamente pelo PTB.
O partido informou, em nota, que o ministério está à disposição do presidente Michel Temer. Marquezelli negou ter feito audiências com o ministro afastado Helton Yomura e disse que o conheceu apenas quando ele foi indicado para a Secretaria-Executiva da pasta.
"Na minha mala tinha R$ 5 mil que eu uso para viagens no interior de São Paulo", disse Marquezelli, que irá pedir a restituição do dinheiro ainda hoje. O deputado relatou ter sido interrogado pelos investigadores. "Prestei meu depoimento. Citaram cinco ou seis nomes do ministério que eu não conheço. Me informaram que o Jonas está sendo interrogado, ele e mais três ou quatro funcionários do Ministério do Trabalho."
Marquezelli afirmou que discorda da participação do PTB no Ministério do Trabalho, pelo fato de ser contra o aumento do número de sindicatos e a favor da reforma trabalhista. Ele sugeriu que o partido pleiteasse outras pastas, como Esportes, Agricultura ou Turismo.
"Nós sabemos aqui, os bastidores sabem, que essa evolução do número de sindicatos no País, quase 18 mil sindicatos, não é de graça.
O deputado afirmou, ainda, que foi questionado sobre o marco regulatório do transporte de cargas, do qual é relator. Ele contou que os policiais levaram cópia do documento. "Estão levando cópia do marco regulatório do transporte, que nós fizemos. Envolve 18 mil caminhoneiros do País. A Justiça multou várias transportadoras que proporcionaram a greve no Estado de São Paulo e no Brasil. Também faz parte da investigação. Jonas atuou muito pesado nesses dois anos no marco regulatório do transporte e teve muitos contatos com sindicatos, associações cooperativas ele conhece e pode dar informações que serão úteis no caminho da investigação", finalizou.
(Felipe Frazão).