Candidatos à Presidência da República vão fechar suas alianças no prazo limite imposto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Grandes partidos deixaram para se movimentar na última semana das convenções, que terminam oficialmente em 5 de agosto. O período será decisivo por causa dos anúncios de candidatos de fato e de desistentes. Conversas fora de agenda estão ocorrendo há meses, embora o cenário continue indefinido.
O primeiro a se movimentar será o PDT de Ciro Gomes (leia quadro), partido ainda sem vice que, para estabelecer neutralidade, precisa se organizar nas pontas. O movimento é necessário para que os governadores não fechem as parcerias estaduais sem o aval do candidato à presidência. Ciro busca fechar acordo com o PSB, que, internamente, também diverge.
Caciques pessebistas de São Paulo e de Pernambuco querem palanques diferentes. Tentam encontrar a melhor saída desde que o ministro aposentado Joaquim Barbosa desistiu da pré-candidatura e o partido ficou sem candidato. Sem um nome próprio, o PSB também conversa com Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano, entretanto, ainda bate o pé na viabilidade de seu nome no partido.
Peessedebistas estão pressionando o ex-governador de São Paulo a abrir espaço para o ex-prefeito de capital paulista João Doria. A vantagem dele na disputa presidencial está na disposição em financiar sua própria campanha. “O autofinanciamento se tornou algo palpável com as mudanças na reforma política e a falta de normas no Supremo Tribunal Federal (STF). Quem conseguir um candidato que se banque precisa aproveitar, porque isso não deve acontecer de novo”, afirmou um tucano.
A última semana das convenções será decisiva para os principais candidatos. É quando sete partidos se reúnem para bater o martelo em torno de seus candidatos. Um deles é o PT, ainda amarrado com a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo preso e impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa, o petista é “vendido” como o único candidato possível do partido. Existem outros nomes, como o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (SP), da senadora Gleisi Hoffmann (PR) e do ex-ministro Jaques Wagner.
Os emedebistas também devem esperar até o último minuto para validar a candidatura do ex-ministro de Fazenda Henrique Meirelles. Ele mesmo reconheceu que tinha cerca de 1,5% das intenções de votos nas pesquisas que encomendou. Disse que o cenário mudaria quando a propaganda eleitoral começasse, especialmente porque o MDB é o partido com mais tempo de tevê.
Ainda sem rumo, o DEM sequer marcou na agenda um encontro com os delegados e a cúpula do partido na agenda das convenções. Atrás de fôlego para disputar a reeleição como deputado, o presidente de Câmara, Rodrigo Maia, direcionou a maioria de seus compromissos a nível estadual. Eleito pelo Rio de Janeiro, deve tentar firmar-se no estado fluminense.
“A candidatura do Rodrigo morreu, especialmente depois que o ACM Neto (presidente do DEM) saiu fora. O que deve acontecer é uma aliança mais branda, apenas para dividir o tempo de tevê do DEM, e, depois, com o Rodrigo reeleito, negociar apoio na pauta da Câmara”, explicou um demista próximo do pré-candidato.
Convenções partidárias
JULHO
20/7 - PDT (Ciro Gomes), em Brasília
21/7- PSOL (Guilherme Boulos), em São Paulo
22/7- PSL (Jair Bolsonaro), no Rio de Janeiro
AGOSTO
1/8 - PCdoB (Manuela D’Ávila), em Brasília
4/8 - PSDB (Alckmin), sem local definido
Sem definição
» MDB (Meirelles)
» Rede (Marina)
» PR (sem candidato)
» Podemos (Alvaro Dias)
» PT (Lula)
» DEM