Importante instrumento para que candidatos obtenham visibilidade, apresentem a sua estratégia retórica e a sua interpretação do mundo, das políticas públicas e dos governos, a propaganda eleitoral gratuita começa em 31 de agosto e vai até 4 de outubro, antevéspera do pleito, que será realizado três dias depois. Com os seis maiores partidos que reúne em sua coligação (PSDB, PSD, SD, PTB, PPS e PSC), o senador e pré-candidato tucano ao governo de Minas, Antonio Anastasia, acumula, até agora, o maior quinhão na distribuição do tempo da propaganda gratuita da televisão: 4min49s nos dois blocos do horário eleitoral às segundas, quartas e sextas-feiras e mais 3min47s de inserções diárias.
Sem o MDB em sua coligação, o governador Fernando Pimentel (PT) – que até agora reúne PT, PCdoB, PR, PSDC e PMN – teria 3min40s nos dois blocos da televisão mais 2 min52s de inserções diárias. Com a segunda maior bancada eleita para a Câmara dos Deputados, o MDB tem a segunda maior fatia do tempo: 2min3s nos blocos do horário eleitoral, além de 1min37s de inserções diárias. E é exatamente com esse cacife que a legenda trabalha para negociar o passe das bancadas federal e estadual, que neste momento buscam a coligação que aumente a probabilidade de reeleição de seus deputados estaduais e federais. Se o MDB pender para Pimentel, este terá 5min43s nos dois blocos de segunda, quarta e sexta-feira, além de 4min19s de inserções diárias.
Caso o MDB se alie ao ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), que até agora, com PSB, PDT e Pros, obteria 2min1s nos dois blocos três vezes por semana e 1min36s de inserções diárias, o socialista alcançaria 4min4s e 3min13s para inserções diárias, superando o tempo de Pimentel e quase se igualando a Anastasia. Já o pré-candidato ao governo de Minas deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM), que hoje conta com DEM, PP, Avante, PEN e PMB, teria 1min56s do horário eleitoral e 1 min31s em inserções. Se tivesse apoio do MDB, engordaria o seu tempo de antena para 3min59s nos blocos três vezes por semana e diariamente 3min8s em spots.
SPOTS DIÁRIOS A campanha eleitoral terá, por semana, entre 70 minutos de spots diários divididos por igual entre os cinco cargos em disputa (presidente da República, governador, senador, deputado federal e deputado estadual) e os dois blocos do horário eleitoral gratuito de segunda a sábado que somam 50 minutos, serão, ao todo, 13 horas e 10 minutos de propaganda política na televisão. Candidatos a presidente e a deputado federal exporão suas ideias às terças, quintas e sábados em dois blocos de 25 minutos cada no horário eleitoral gratuito. Candidatos ao governo de estado, ao Senado e a deputado estadual falarão às segundas, quartas e sextas, também em dois blocos de 25 minutos cada.
Candidatos de partidos políticos com bancadas pequenas ou sem deputados federais ficam prejudicados: apenas 10% do tempo de antena é distribuído por igual, ou seja, no caso da disputa para governador, em que são reservadas na televisão por semana duas horas e 32 minutos entre horário eleitoral e inserções, pouco mais de 15 minutos serão divididos entre todos os concorrentes.
Candidatos como Romeu Zema (Novo) e Jordano (PSTU) só contarão com este quinhão para mandar a sua mensagem. Já Dirlene Marques, do Psol e João Batista dos Mares Guia, da Rede, têm bancadas pequenas e tempo reduzido. O Psol contará com 10 segundos em dois blocos do horário eleitoral e 7 segundos em inserções diárias. Como o tempo do spot é de 30s, na prática, a legenda terá uma inserção a cada cinco dias.
Criada depois das eleições de 2014, a Rede manteve apenas dois deputados federais que para lá migraram e levaram o seu tempo. Por isso, caso não consiga se coligar, Mares Guia terá 4 segundos divididos em dois blocos do horário eleitoral e 3 segundos em inserções diárias, que representam inserção a cada 10 dias.
Mulheres puxam votos brancos e nulos
O eleitorado feminino é o responsável pela maioria dos votos brancos e nulos declarados em pesquisas de intenção de voto para presidente da República. Segundo recorte feito pelo Ibope a pedido do jornal O Estado de S.Paulo, seis em cada 10 eleitores dispostos a não votar nos pré-candidatos apresentados são mulheres entre 35 e 44 anos. A mesma preponderância feminina é observada entre eleitores indecisos. Em ambos os casos, a participação de mulheres é superior se comparada ao número de votos que detêm no país. Enquanto elas representam 52% do eleitorado nacional, são 58% na fatia dos que votam branco ou nulo e 55% entre os que não se decidiram. A indignação feminina diante da corrupção e as incertezas relacionadas à recuperação da economia brasileira, especialmente a retomada do emprego e o risco da inflação, explicam o fenômeno, segundo pesquisas qualitativas feitas pelo Ibope.