Mais da metade dos venezuelanos que entraram no Brasil desde 2017 não permaneceram no país, segundo dados disponibilizados na reunião do Comitê Federal de Assistência Emergencial e divulgados no perfil do Facebook do ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, nessa segunda-feira.
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Venezuela fecha fronteira com o Brasil na véspera da eleiçãoGovernadora de Roraima quer fechar fronteira com VenezuelaAloysio e chanceler colombiana discutem crise nas fronteiras com a VenezuelaTemer fala em distribuição de senha para entrada de venezuelanosForça Nacional poderá reforçar segurança em RoraimaAinda de acordo com as informações divulgadas pelo ministro, 66% dos que deixaram o país por via terrestre acabaram retornando à Venezuela pelo mesmo local que entraram, a cidade de Pacaraima. Outros 15% por Foz do Iguaçu (PR) e 6% por Guajará-Mirim (RO) e outros 6% Uruguaiana (RS). Cerca de 7% usaram outras localidades.
O levantamento ainda demonstrou que 34% deixaram o país via voos internacionais, totalizando 21.113 pessoas. A preferência de quem deixou o Brasil por avião foram os aeroportos de Guarulhos (58%), Manaus (15%), Brasília (13%) e Galeão (11%). Os destinos, nesses casos, não foram apurados pela Polícia Federal.
Ainda de acordo com as informações disponibilizadas por Padilha, ao todo cerca de quatro mil venezuelanos se dividem em nove abrigos instalados em Roraima. Na quinta-feira desta semana está prevista a inauguração de mais uma unidade, batizado de Rondon 1. Ele terá capacidade para aproximadamente 500 pessoas.
“Até agora, 690 venezuelanos voluntários já foram levados a outras cidades: São Paulo, Manaus, Cuiabá, Rio de Janeiro, Igarassu (PE) e Conde (PB). Está prevista para a próxima semana nova viagem para Brasília, Cuiabá, Rio de Janeiro e São Paulo”, informou o ministro.
O número de solicitações de refúgio de venezuelanos no Brasil aumentou de 17.865 para 35.540 no primeiro semestre de 2018, o que representa um crescimento de 98%, segundo cifras oficiais divulgadas nessa segunda-feira.
No total, 56.740 venezuelanos buscaram formas de legalizar a sua situação no Brasil.
Estima-se que nos dois últimos anos 1,5 milhão de venezuelanos tenham abandonado o seu país, afundado em uma crise política e econômica, agravada pela falta de serviços básicos, de alimentos e remédios, e dos altos índices de violência e inflação. (Com informações da AFP).