São Paulo, 17 - O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, atua internamente na legenda para evitar que o partido opte pela neutralidade nas eleições 2018. Os pessebistas estão sendo assediados pelo PT e pelo ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto.
"O País está em uma crise política, social e econômica sem precedentes. Aí nós vamos dizer que estamos neutros? Que partido é esse? Eu não reconheceria o PSB se ficasse neutro. Isso não seria PSB, mas uma casa de interesses pessoais. Defendo que partido tenha uma posição. Neutralidade é inaceitável e imperdoável", disse Siqueira ao Estadão/Broadcast.
Segundo o dirigente, a decisão será tomada em uma reunião do diretório pessebista marcada para o próximo dia 30. A convenção do PSB será no dia 5 de agosto, no limite do prazo legal.
As conversas entre Ciro e o PSB caminhavam para um acordo, mas no último o dia 12 o governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, declarou que apoiará a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, mesmo que o PT tenha candidatura própria ao governo do Estado nas eleições 2018.
O apoio ao petista foi declarado após um café da manhã de Câmara com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, no Palácio do Campo das Princesas.
O gesto criou um impasse interno e fortaleceu a tese do PSB manter a neutralidade. A proposta de não subir em nenhum palanque agrada ao governador Márcio França (PSB), que é aliado do ex-governador Geraldo Alckmin, e também aos dirigentes do partido de Estados que buscam alianças locais com o PT, como a Paraíba.
Em outra frente, Ciro faz essa semana uma ofensiva pelo apoio do PCdoB.
O assunto vai começar a ser debatido de forma oficial no encontro do comitê central do partido entre sexta-feira e domingo na capital paulista. Ciro se reuniu ontem no Recife com a cúpula nacional do PCdoB.
A imagem do encontro foi divulgada nas redes sociais do pré-candidato e no portal do PCdoB na internet. Na segunda-feira Ciro esteve em São Luis do Maranhão, onde foi recebido pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que é um dos maiores entusiastas da aliança com o PDT.
(Pedro Venceslau).