São Paulo - O Ministério Público de São Paulo pediu ao Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) - vinculado à Polícia Civil - a instauração de inquérito para averiguar suposto crime de injúria racial, que teria sido cometido pelo presidenciável Ciro Gomes (PDT) contra o vereador Fernando Holiday (DEM), um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL).
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Em reunião com líderes, Ciro Gomes acerta propostas comuns por apoio do CentrãoCiro Gomes critica gargalo enfrentado pela logística brasileiraPartidos com maiores bancadas no Congresso, PT e MDB miram Ciro GomesCiro nega que comentário contra vereador do DEM em SP foi racistaCiro Gomes atira para todos os lados em busca de alianças partidáriasEm 18 de junho, Ciro chamou Holiday de "capitãozinho do mato" durante entrevista à Rádio Jovem Pan. "Esse Fernando Holiday aqui é um capitãozinho do mato. Porque a pior coisa que tem é um negro usado, pelo preconceito, para estigmatizar", afirmou Ciro.
A declaração foi dada em uma pergunta sobre uma possível aliança com o DEM nas eleições. Ao citar as diferenças, falou do impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, que considerou um golpe, e da atuação de Holiday. Na ocasião, o vereador classificou a fala como racista e anunciou por meio de suas redes sociais que iria processar o pedetista.
À reportagem, Holiday afirmou nesta terça-feira, 17, que espera ir até o fim na Justiça sobre o caso, não só por meio da representação do MP, mas também por meio de ação cível, cuja primeira audiência deve ocorrer em agosto.
Ainda em junho, em outro evento, Ciro respondeu a questionamentos sobre o uso do termo "capitão do mato" - responsáveis, alguns deles negros libertos, por caçar escravos fugidos das fazendas durante a escravidão. Ele citou dois pontos da atuação de Holliday que justificariam sua fala: a iniciativa de acabar com o Dia da Consciência Negra e a apologia pelo fim das cotas. "Capitão do mato, aqui, é uma metáfora segura que eu tenho que ele faz esse papel em pleno século 21."
Procurada, a assessoria de Ciro não respondeu à reportagem até a publicação desta matéria. .