O assunto, em 18 de junho, era a dificuldade dele em subir nas pesquisas de intenção de voto, preocupação que levou o partido até a encomendar uma pesquisa interna para saber o motivo. Agora, a aposta dos tucanos é de que o jogo comece a virar.
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Após sinal de apoio do PTB, Alckmin poupa de críticas partido e dirigentesCoordenador da campanha tucana acredita que 'Centrão' fechará com AlckminFrança diz que dará apoio a rivais de AlckminPartidos começam a escolher candidatos para a disputa eleitoralCom o outro minuto garantido pelo apoio firmado com o PSD, na semana passada, especialistas avaliam que ele se consolida como o candidato que mais terá exposição durante a campanha. Pode chegar a sete minutos de tevê, caso consiga atrair as outras seis legendas com as quais tem conversado — PPS, PRB, Podemos, PSC, PSDC e PV, pela lista que ele mesmo citou ontem, em entrevista coletiva, após participar do Fórum de Mobilidade ANPTrilhos.
Apesar de se manter com pouco mais de 5% nos índices de intenção de voto, de acordo com as pesquisas mais recentes, é atraente, para os partidos, o fato de que Alckmin já tem garantida uma exposição muito maior que a de candidatos que costumam aparecer com bom potencial de votos, mas que não terão visibilidade durante a campanha. É o caso de Jair Bolsonaro (PSL), que, apesar de liderar as pesquisas, tem apenas sete segundos de tevê, e Marina Silva (Rede), com quatro segundos, ambos sem nenhum indicativo de aliança com outras legendas.
Injeção de ânimo
A sinalização emitida pelo apoio do PTB também dá fôlego para que Alckmin avance nas negociações com o chamado “centrão”, grupo que inclui DEM, Solidariedade e PP. “Uma nova aliança, além de mais tempo de exposição, sempre traz perspectiva de poder. Ao aparecer mais, aumentam as chances de que Alckmin chegue ao segundo turno.
Do centrão, o mais inclinado ao tucano atualmente é o DEM, que pode conseguir emplacar um vice, caso se junte a Alckmin. O nome do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação, tem sido sondado para ocupar o posto, em uma eventual chapa. Além disso, a agenda econômica de Alckmin é mais compatível com a do centrão, em especial com a do DEM, do que a de Ciro Gomes, o que facilita na hora de chegar a um consenso sobre o direcionamento de pautas importantes.
Pressão
As convenções partidárias, fase durante a qual as alianças serão oficializadas, começam amanhã e vão até 5 de agosto. Esse é o prazo limite para que as chapas sejam fechadas. Na avaliação de César, Alckmin deve ser o primeiro a anunciar a chapa, embora ainda não tenha consolidado todas as alianças que devem avançar. “Ele deve continuar querendo mostrar que não está para brincadeira, que é a opção mais consolidada”, explicou o especialista.
Além do calendário apertado, o anúncio do PTB trouxe mais pressão às legendas que ainda não se decidiram. “Ninguém quer ser o último a definir o apoio, porque isso significa perder poder”, ressaltou o cientista político Sérgio Praça, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em relação a isso, Alckmin afirmou ontem que não negociou com PTB espaço governamental, como pastas e secretarias. O assunto veio à tona durante a coletiva, quando o tucano foi questionado sobre o fato de o PTB estar na mira da Justiça, com a Operação Espúrio, que investiga fraudes em registros sindicais, e ter protagonizado escândalos no Ministério do Trabalho nos últimos meses. Alckmin afirmou que “todos os partidos têm bons quadros” e garantiu que vai “buscar os melhores deles”. “O partido tem bons prefeitos, bons parlamentares”, disse.
Ataques a Meirelles
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) não para de direcionar ataques contra o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pré-candidato do partido à Presidência da República. “Henrique Meirelles nos rebaixa. Tem 1% dos votos, que atrapalha as alianças...
Fontes próximas ao parlamentar contam que, desde quinta-feira passada, Renan vem telefonando para os integrantes do partido, alegando que Meirelles não é originário do partido e, sim, do mercado financeiro. Ele, inclusive, declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Para especialistas, a atitude de Renan mostra uma estratégia política de sobrevivência uma vez que ele e seu herdeiro, Renan Filho, atual governador de Alagoas, buscam se reeleger no estado, e ganhar mais influência dentro da legenda, pois ambos lideram as pesquisas de intenção de voto. O senador, no entanto, é investigado pela Polícia Federal por denúncias no âmbito da Operação Lava-Jato e há mais de 15 processos abertos contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF).
Meirelles, por sua vez, não ficou quieto e deu o troco ontem: “Tenho ouvido que essa opinião manifestada pelo senador me favorece, pois mostra um combate de biografias. A minha é limpa. Fui presidente do Banco Central, ajudei os brasileiros a saírem da pobreza. No Ministério da Fazenda, tirei o Brasil da maior recessão. Tenho uma carreira inquestionável”, disse o pré-candidato em um evento em Brasília. .