Começa nesta sexta-feira (20) e vai até 5 de agosto o prazo para os partidos políticos escolherem os candidatos para as eleições de outubro. Nesse período, de acordo com o calendário eleitoral, devem acontecer as convenções partidárias para chancelar candidaturas e coligações. A 80 dias do eleitor ir às urnas, o cenário de indefinições chama a atenção.
Coligações, escolha de vices e até mesmo os nomes para cabeça de chapa ainda não estão totalmente definidos, não só para presidente da República, mas também para governadores e senadores na maioria dos estados.
Além disso, "o eleitor nunca esteve tão mal-humorado como neste ano ", avalia o cientista político da USP Rubens Figueiredo, especialista em marketing político.
Para Figueiredo, o reflexo desse sentimento pode ser explicado na "desesperança com a política institucional" e também medido nas pesquisas de intenção de voto. "Os índices des brancos e nulos estão muito altos."
Diante desse quadro, Lucas Cunha, pesquisador do Centro de Estudos Legislativos da UFMG, explica que o país vive "seu momento mais agudo da crise do modelo de democracia".
"Um ponto modal é o financiamento das campanhas, reformado pelo Judiciário", lembra ele a regra mudada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), recentemente questionada pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB)
Por trás do financiamento de campanha, destaca Lucas Cunha, está a corrupção que, de acordo com ele, levou o país a uma crise política e econômica sem comparação. Esses dois problemas somados, enfatiza o cientista político, desarticularam a conexão dos políticos com a população, reverberando em outra crise, a da representatividade.
Para Lucas Cunha, essa falta de confiança nos políticos levou o eleitorado a um estado de 'desânimo'. "Então, sendo assim, quem vai capturar a atenção do eleitor? Diante da dificuldade em construir um discurso inovador, quem errar menos", resume.
Alianças nacionais
As alianças nacionais estão travando a disputa em Minas. Mas, já nesta sexta-feira, três partidos devem começar a desenhar o quadro eleitoral – PDT, PSC e PCB.
Em Brasília, os convencionais do PDT e do PSC vão decidir se confirmam as candidaturas presidenciais de Ciro Gomes e Paulo Rabello de Castro, respectivamente. Ambos ainda não têm nomes para vice. O PCB se reunirá no Rio de Janeiro, mas não terá candidato próprio na eleição presidencial de outubro.
Amanhã, será a vez do Psol, PMN e Avante realizarem suas convenções. PMN e Avante tendem a não ter candidaturas próprias, enquanto o Psol deve confirmar a chapa Guilherme Boulos e Sônia Guajajara.
Domingo (22), o PSL se reúne no Rio de Janeiro para debater a candidatura do deputado Jair Bolsonaro, as alianças possíveis e o nome do vice.