Jornal Estado de Minas

Em operação contra ex-prefeitos, polícia acha arma, maconha e carros de luxo


Três ex-prefeitos mineiros foram presos preventivamente nesta quinta-feira (19) sob acusação de participar de um esquema milionário de fraude em licitações. De acordo com o Ministério Público, eles teriam atuado conjuntamente para trocar contratos públicos superfaturados, usando empresas em nome de laranjas. A ação das polícias civil e militar teve apreensão de carros de luxo, arma ilegal e até maconha, na fazenda de um dos envolvidos.

Além dos três mandados de prisão, a operação Octopus, conduzida pelo Ministério Público e as polícias civis e militar, cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e determinou o bloqueio de bens e valores dos acusados.

Segundo o MP mineiro, os ex-prefeitos de Divino das Laranjeiras, Edson Alves de Souza, Itabirinha, Aurélio Donádia Ferreira, e São Félix de Minas, Vanderlei Vieira de Souza agiram juntos para fraudar as licitações. O esquema seria simples mas se tornou "sofisticado" pela continuidade, segundo a acusação.

“Eram três prefeitos que mantiveram mandato no mesmo período, de 2005 a 2012, e conseguiam contratos públicos na prefeitura do outro, de modo que conseguiam fazer uma triangulação de contratos obtidos mediante paga propina”, afirmou o promotor Evandro Ventura.

De acordo com o promotor, a investigação que deu origem à operação desta quinta-feira focou em contratos fechados com a Prefeitura de Laranjeiras.
Quebras de sigilo e transferências comprovaram que as empresas ganhavam as licitações mediante pagamentos indevidos e muitas vezes nem tinham condições de cumprir o contrato.


Laranjas, arma e droga

Segundo Ventura, chegou a haver um acordo para que os materiais da obra fossem comprados na loja do prefeito que recebeu a propina. “Ele ganhava duas vezes, tanto na corrupção quanto na venda de produtos”, disse.

“Esse mesmo prefeito de Laranjeiras por vezes fazia contrato consigo mesmo usando laranjas. Ele contratava empresas dele que estavam em nome de laranjas de modo que conseguia, enquanto prefeito, ter contratos públicos para ele mesmo”, afirmou o promotor.


De acordo com o promotor, foram 14 contratos com empresas do ex-prefeito de São Félix no valor de R$ 11,398 milhões, e 11 com o de Itabirinha, no valor de R$ 10,341 milhões. O MP ainda não apurou quanto de fato foi desviado.



Evandro Ventura informou que durante a operação foi apreendida uma arma de fogo e munição com o ex-prefeito de Itabirinha, que também foi enquadrado por porte ilegal.

Os policiais também acharam um quilo de maconha em um sítio dele, mas a droga foi assumida pelo caseiro. Na coletiva sobre a operação, os responsáveis também informaram que houve apreensão de carros de luxo.

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