A falta de dinheiro do setor privado nas eleições faz com que os candidatos à Presidência da República precisem se preocupar com as finanças de suas campanhas. De olho no dinheiro dos outros partidos, os presidenciáveis querem acumular cifras e tempo de tevê para tentar vencer os obstáculos de uma eleição curta, polarizada e com pouca verba. Especialistas, entretanto, garantem que notoriedade e carteira cheia não são sinônimos de vitória.
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Financiamento coletivo para doações eleitorais começa tímido na internetPartidos começam a escolher candidatos para a disputa eleitoralJosué Gomes poderá ser alçado a vice de AlckminEleições 2018: Semana decisiva para definição das chapasAo caminharem sozinhos, Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) tendem a ser prejudicados pela falta de dinheiro. Por outro lado, Ciro Gomes (PDT), que sequer recebe o teto de gastos permitido às candidaturas presidenciais imposto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — R$ 70 milhões —, será o mais beneficiado caso consiga fechar alianças com rearranjos financeiros. O quinhão do PDT corresponde a R$ 61,4 milhões (leia quadro).
Os tucanos têm o terceiro maior Fundo Eleitoral.
Para o analista político Creomar de Souza, o cenário atual mostra que a preocupação dos partidos médios e pequenos é o pleito ao Congresso, não ao Planalto. “Independentemente do candidato que ganhar a eleição, será necessário manter o mínimo de diálogo com os parlamentares da Casa”, acrescentou. Souza disse, ainda, que essas legendas precisam sobreviver à movimentação ou serão esquecidos.
O professor Carlos Melo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explicou que tempo e dinheiro sempre são relevantes mas, segundo ele, não são suficientes para se ganhar uma eleição. “Isso só se torna determinante quando se tem dois candidatos pareados no segundo turno, por exemplo. Aí, faz diferença.
Manter os cofrinhos cheios, no entanto, pode mudar o cenário para Ciro Gomes, explicou Carlos Melo. “Para Ciro, faz diferença. Mas quem disse que os (cerca de) 200 milhões do PT vão salvar a candidatura deles? O partido está comprometido com a Lava-Jato. É como o MDB, que traz o desgaste do governo Temer nas costas.” Questionado sobre as facilidades que um aporte financeiro traria nesses casos, o professor concordou: “Se a carteira estiver cheia, fica mais fácil tentar fazer com que a população esqueça as coisas ruins.”
O advogado eleitoral Weslei Machado explicou que fica a critério de cada partido a quantia que deverá ser cedida em caso de coligações. A determinação de 30% do Fundo Eleitoral ser destinado às candidaturas femininas, no entanto, só é para cargos de deputados federais e estaduais. O TSE informou ao Correio que não existe limite de quanto um partido pode destinar financeiramente a outro nas coligações. Além disso, a doação de parte do fundão não é obrigatória..