Brasília, 25 - O assessor econômico do pré-candidato Henrique Meirelles (MDB), o economista José Márcio Camargo, diz que, em caso de vitória nas eleições 2018, o emedebista trabalharia para aprovar a reforma da Previdência nos três primeiros meses do governo. Essa reforma, diz o economista, seria um pouco mais dura que a atual proposta que tramita no Congresso Nacional.
"A ideia é aprovar uma reforma da Previdência no Congresso se possível com algumas mudanças para torná-la um pouco mais rigorosa para que a convergência para a idade mínima seja mais rápida que os 20 anos propostos no relatório", disse o economista ligado ao ex-ministro da Fazenda em debate com assessores econômicos dos presidenciáveis na Universidade de Brasília. "Isso será um processo de negociação, mas a ideia é aprovar a reforma em três meses de governo".
Na lista de reformas propostas por eventual governo Meirelles, também há a intenção de rediscutir as renúncias tributárias e as vinculações do Orçamento. Essas medidas, diz o economista ligado a Meirelles, "conseguiria liberar uma parte importante do Orçamento".
Além disso, Camargo defende que a própria execução do Orçamento seja mais rígida. "A partir daí, uma vez aprovado, o Orçamento será impositivo", disse o economista. "A estrutura do Orçamento é definido na discussão no Congresso. Base e oposição vão definir as prioridades e, a partir daí, vamos executar de forma impositiva. Todos os anos vamos fazer isso sistematicamente", defendeu.
Camargo defende que o governo Meirelles vai manter o teto de gastos - considerado "absolutamente fundamental" - e adotará uma ampla reforma tributária com adoção do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
Ainda no campo tributário, José Márcio Camargo diz que o governo Meirelles vai mudar o foco da tributação do lucro para o dividendo. "Os EUA já estão atraindo muito capital. O Brasil cobra 37% de imposto sobre lucro e nos bancos chega a 45%. É muito", disse.
Sobre a infraestrutura, o governo Meirelles quer atrair investimento privado. Para isso, quer dar liberdade e autonomia financeira para as agências reguladoras, o que criaria um ambiente mais seguro para os investimentos em infraestrutura. "Você precisa ter estabilidade de regras para que haja investimento em infraestrutura.
Fora da agenda econômica, Camargo prometeu que eventual governo Meirelles criará um "Prouni para creches e ensino fundamental". Sem detalhar a proposta, o economista diz que a intenção é oferecer uma operação para que as famílias pobres possam dar aos filhos creches e escolas de qualidade.
(Fernando Nakagawa).