Rio - Hoje aliada do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a advogada do impeachment Janaína Paschoal já fez críticas ao candidato no Twitter. Em um post datado de 24 de novembro do ano passado, Janaína chegou a dizer que não gostava "do tom" do deputado e que ele "haveria de cuidar mais de sua fala". Os dois devem se encontrar nesta segunda-feira, 30, em São Paulo para discutir a possibilidade dela ser vice na chapa do deputado á Presidência da República.
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Em 12 de novembro do ano passado, Janaína voltou a mencionar Bolsonaro. Nessa publicação, ela afirmou que Bolsonaro precisava ponderar seu discurso e ouvir pessoas que pensam diferente. Foi o mesmo tom usado pela advogada no lançamento da candidatura do deputado.
"Se eu puder dar um conselho a Bolsonaro, digo que ele não deve contratar marqueteiro para sua campanha. Não queremos candidatos fake! Ele precisa ouvir pessoas que pensam diferente dele, para ponderar o discurso, não por votos, mas para o bem do país!", afirmou no dia 12 de novembro.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Janaína afirmou que não vê estes tweets como críticas, "mas como conselhos" ao deputado.
PSL
O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que as opiniões de Janaína são de uma "mulher forte", que pode "agregar" à chapa. "Não sei em que contexto ela disse isso, mas antes a impressão que ela tinha do Bolsonaro era formada pela mídia. Hoje, ela o conhece em um contexto melhor", afirmou.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro se encontrará com Janaína em São Paulo, em ma tentativa de acertar a sua candidatura como vice na chapa. A aliança ficou abalada após Janaína dizer, no lançamento da campanha, que parte de seus aliados tinha "pensamento único" e advertiu que havia a possibilidade de o PSL se transformar em um "PT ao contrário".
Ela também pensa diferente do deputado em aspectos como cotas raciais, redução da maioridade penal e sobre a ONU, à qual Bolsonaro faz duras críticas. Bebianno admitiu que as declarações de Janaína na convenção podem ter sido feitas "em um momento não muito adequado", mas provam que Janaína é uma mulher de opinião forte.
"Não precisamos concordar em 100%, mas Janaína é uma pessoa aberta ao diálogo, que debate", disse. Já a advogada disse ao Estado que irá ao encontro "mais para ouvir do que para falar". "Quero entender exatamente qual a expectativa dele relativamente ao seu vice", afirmou.
Janaína já afirmou que discorda da frase de Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José de Alencar e cotado como vice do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), de que um vice "não manda nada".
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