São Paulo, 30, 30 - O candidato do PSL à Presidência da República, deputado Jair Bolsonaro, defendeu a ditadura militar (1964-1985) e disse que, se eleito, não vai abrir os arquivos do regime. O parlamentar afirmou ainda, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que os atos cometidos pelos militares se justificavam pelo clima da época, de guerra fria, e que teria agido da mesma maneira se estivesse no lugar deles.
Não houve golpe militar em 1964. Quem declarou vago o cargo do presidente na época foi o Parlamento. Era a regra em vigor, disse Bolsonaro. O presidenciável defendeu ainda as atuações dos militares em casos de tortura e também a figura do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), a quem homenageou em seu voto durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Abominamos a tortura, mas naquele momento vivíamos na guerra fria, justificou. Brilhante Ustra foi chefe do DOI-Codi, um dos principais centros de tortura durante a ditadura.
Bolsonaro ainda reclamou que a imprensa escolhe apenas os casos que afetaram militantes da esquerda para comentar. Vocês só falam sobre casos da esquerda.
Pressionado pelos jornalistas convidados a falar sobre a abertura dos arquivos da ditadura militar, o presidenciável disse duvidar que eles ainda existam. Não vou abrir nada. Esquece isso aí, vamos pensar daqui pra frente, desconversou.
(Marcelo Osakabe).