Na semana em que o recesso parlamentar chega ao fim, os deputados federais e senadores ainda devem ficar longe das comissões e reuniões deliberativas no Congresso. A expectativa é de que a Câmara e o Senado funcionem apenas em “esforço concentrado” na semana que vem, e fujam de pautas polêmicas às vésperas da eleição. Já o Judiciário, assim como nos últimos meses, deve começar o semestre com assuntos delicados — o que pode inflamar o processo eleitoral.
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Partidos com maiores bancadas no Congresso, PT e MDB miram Ciro GomesCongresso derruba veto a reajuste salarial e concurso para servidoresCongresso encerra atividades, embalado por jogo do Brasil e festas juninas“Todas as atenções estarão voltadas para a eleição, reeleição e as costuras políticas, tendo em vista novos mandatos e um novo governo. O presidente Michel Temer, provavelmente, também não deve colocar nada de importante na pauta nos próximos dias”, completou o cientista político do Mackenzie Rodrigo Prando. “Nesse momento, com o fim de governo e de troca de mandato, é muito pouco provável que surja algo de novo”, completou.
Segundo Prando, o ano foi atípico, não apenas pelas eleições de outubro, o que já deixa o Congresso vazio durante a semana, como também pelo esgotamento dos partidos.
Supremo
Ao contrário do Legislativo, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem enfrentar uma série de pautas polêmicas, o que pode interferir no processo eleitoral. Para Prando, com a atuação do Judiciário neste ano, é natural que as questões levantadas pelo Supremo possam acabar no Congresso. “No fundo, não só a mídia como a sociedade podem cobrar de um candidato a posição sobre o que está sendo discutido no STF. Por exemplo, a prisão em segunda instância. O eleitor quer saber com o que cada candidato vai se pronunciar a respeito da pauta também”, comentou o especialista.
Entre os assuntos mais delicados em pauta, estão o aumento do salário para os magistrados (leia mais na página 4). Atualmente, os ministros ganham R$ 33,7 mil.
Já no fim desta semana, o STF realizará uma audiência pública para discutir a descriminalização do aborto no Brasil até a 12ª semana de gestação. O pedido de discussão foi feito pela ministra Rosa Weber. As reuniões começam na sexta-feira e seguem até domingo, com a participação de juristas, ONGs, órgãos públicos, entidades e representantes da sociedade civil..