São Paulo, 31 - O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 31, que um dos maiores fatores para a baixa popularidade do presidente Michel Temer, cujo arco de alianças, em grande parte, o PSDB herdou para as eleições deste ano, tem raiz no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo o tucano, sacar um chefe de Estado do poder no regime presidencialista "é um trauma".
Alckmin deu as declarações em um encontro com membros das juventudes partidárias de legendas que o apoiam, como PPS, DEM e PRB, na zona sul da capital paulista. "O problema do Temer, entre vários, é o impeachment. É obvio que impeachment é um trauma. O modelo presidencialista é a ditadura do mandato, tirar um presidente não é que nem no parlamentarismo", disse o tucano.
O PSDB, assim com os partidos do Centrão e os demais que já declararam apoio ao projeto presidencial do ex-governador, foi um dos apoiadores do impeachment de Dilma, em 2016. Alckmin, no entanto, tentou minimizar o fato. "O Temer não fui eu quem escolhi, foi o PT. E impeachment foi feito sob a égide do Supremo Tribunal Federal (STF)", disse.
Questionado sobre se acredita que o arco de alianças construídos, o mesmo da base do governo Temer, possa atrair para a sua campanha a alta rejeição do emedebista, Alckmin disse acreditar que não.
Supremo
No evento, o tucano também foi questionado sobre se tem planos de alterar o funcionamento do Supremo. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, alterações, seja na forma de indicação, nas atribuições, na duração do mandato ou no número de ministros do STF fazem parte das propostas de pelo menos metade dos principais presidenciáveis.
"Entendo que podemos estabelecer limites, torna a justiça mais rápida e evita chegar tudo no Supremo. o STF tem onze ministros, se tudo chegar lá, como vai dar conta de tudo isso?", criticou.
Sem citar o deputado Jair Bolsonaro, (PSL), o tucano ainda aproveitou para criticar uma de suas propostas recentes sobre o tema. "O que não tem cabimento é dobrar número de ministros do Supremo para ter mais amiguinhos lá. Foi o que Chávez fez na Venezuela, para comandar o Judiciário."
(Marcelo Osakabe e Pedro Venceslau).