No Brasil, o perfil do eleitor é claro: a maior parte tem entre 45 e 59 anos, baixa escolaridade, mora no Sudeste e é mulher. Além dos desafios das coligações, dos problemas com vice e até da preocupação com tempo de rádio e tevê, os pré-candidatos da República têm que se preocupar em conquistar esse público. Eles têm que traçar estratégias e entender os próprios desafios para tentar ir, ao menos, para o segundo turno.
Segundo levantamento feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgado ontem, 147,3 milhões de brasileiros estão aptos a votar em outubro — um aumento de 3% em relação a 2014. A maior parcela (24,26%) tem acima de 45 anos, enquanto os adolescentes entre 16 e 17 anos representam apenas 0,95% do total, o que significa uma queda de 14,53% em relação às últimas eleições gerais. Enquanto isso, há um crescimento de 11,12% nos que têm acima de 70 anos.
É um dado que pode prejudicar, por exemplo, pré-candidatos que apostam em um eleitor mais jovem, assim como beneficiar os que chamam a atenção para os idosos. “Sem dúvida nenhuma, a tendência das pessoas mais velhas é de votar no (Geraldo) Alckmin. Assim como ele também tem mais força em estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste”, avaliou o professor de ciência política Daniel Falcão, ao analisar o levantamento do TSE.
Já para o caso do candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro, que conta com um grande apoio dos jovens, o dado pode ser prejudicial, avalia Falcão, que também é advogado do escritório Boaventura Turbay. “Ele é mais conservador, e se você pegar as pesquisas eleitorais, ele ganha entre os jovens, e não entre os mais velhos. Mesmo apesar das pautas conservadoras e retrógradas, ele tem uma votação expressiva entre os jovens”, completou.
Além disso, o ex-militar tem outro abacaxi para lidar: as mulheres. De acordo com o levantamento do TSE, a maior parte do eleitorado brasileiro é composta de mulheres, com 52,5% do total, o que corresponde a 77,3 milhões de eleitores, contra 69,9 milhões do gênero masculino (47,5%). “As pesquisas também mostram que a intenção de voto das mulheres no Bolsonaro é menor, além de que a rejeição é maior. Então isso pode prejudicar as chances dele nas eleições presidenciais”, explicou Falcão.
Apesar do gênero feminino ser maior, isso não quer dizer que as pré-candidatas mulheres podem ser beneficiadas, e a estratégia vai ter que ser outra. “Eu não vejo como o fato de haver mais mulher no eleitorado possa beneficiar candidaturas femininas. O Brasil já passou por isso. Mas há menos mulheres na política, assim como elas também têm menos chances reais de ganhar”, afirmou o especialista. Por isso, é preciso que elas se concentrem nos estados onde podem ter mais chances, e não necessariamente ir pelo gênero.
Segundo o TSE, o maior número de eleitores está localizado em São Paulo, com 33 milhões, seguido por Minas Gerais (15 milhões) e Rio de Janeiro (12 milhões). Paralelo a isso, mapeamento anterior feito pelo Correio, que mostrou o destino das viagens dos presidenciáveis entre abril e junho, revelou que a maioria dos pré-candidatos se concentraram em eventos no Sudeste e Centro-Oeste do país. Casos de Manuela D´Ávila (PCdoB) e Marina Silva (Rede), que estiveram presentes em mais eventos nessas regiões, do que no Norte e Nordeste. O mesmo ocorre com Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), que têm poucas viagens destinadas a esses lugares.
“Eles devem pensar que não tem muito o que se fazer no Nordeste, porque o candidato escolhido do PT, seja o Lula ou outro, vai ter mais força por lá. A região ficou marcada como um local da esquerda. O PT ganhou na maioria dos estados lá nas últimas eleições”, afirmou Falcão. Isso também explicaria por que, por exemplo, com a inviabilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — preso desde abril — o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), tem mais viagens marcadas ao Nordeste. O mesmo acontece com Guilherme Boulos (PSol) e Ciro Gomes (PDT), considerados mais à esquerda, que tentam obter esse reduto do ex-presidente e também conquistar o eleitorado nordestino.
Com a presença do pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), o DEM realizará hoje, às 9h, a convenção nacional que formalizará o apoio ao tucano. O partido é o principal parceiro do PSDB desde as eleições presidenciais de 1994, e o presidente nacional da legenda, Antonio Carlos Magalhães Neto, ganhou das demais agremiações do Centrão (também formado por PP, PRB, PTB e Solidariedade) a missão de negociar diretamente com o presidenciável a escolha do vice na chapa eleitoral. Hoje, o MDB também realiza convenção para oficializar o nome de Henrique Meirelles ao Planalto, mas também segue sem o vice definido.
Segundo levantamento feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgado ontem, 147,3 milhões de brasileiros estão aptos a votar em outubro — um aumento de 3% em relação a 2014. A maior parcela (24,26%) tem acima de 45 anos, enquanto os adolescentes entre 16 e 17 anos representam apenas 0,95% do total, o que significa uma queda de 14,53% em relação às últimas eleições gerais. Enquanto isso, há um crescimento de 11,12% nos que têm acima de 70 anos.
É um dado que pode prejudicar, por exemplo, pré-candidatos que apostam em um eleitor mais jovem, assim como beneficiar os que chamam a atenção para os idosos. “Sem dúvida nenhuma, a tendência das pessoas mais velhas é de votar no (Geraldo) Alckmin. Assim como ele também tem mais força em estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste”, avaliou o professor de ciência política Daniel Falcão, ao analisar o levantamento do TSE.
Já para o caso do candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro, que conta com um grande apoio dos jovens, o dado pode ser prejudicial, avalia Falcão, que também é advogado do escritório Boaventura Turbay. “Ele é mais conservador, e se você pegar as pesquisas eleitorais, ele ganha entre os jovens, e não entre os mais velhos. Mesmo apesar das pautas conservadoras e retrógradas, ele tem uma votação expressiva entre os jovens”, completou.
Além disso, o ex-militar tem outro abacaxi para lidar: as mulheres. De acordo com o levantamento do TSE, a maior parte do eleitorado brasileiro é composta de mulheres, com 52,5% do total, o que corresponde a 77,3 milhões de eleitores, contra 69,9 milhões do gênero masculino (47,5%). “As pesquisas também mostram que a intenção de voto das mulheres no Bolsonaro é menor, além de que a rejeição é maior. Então isso pode prejudicar as chances dele nas eleições presidenciais”, explicou Falcão.
Apesar do gênero feminino ser maior, isso não quer dizer que as pré-candidatas mulheres podem ser beneficiadas, e a estratégia vai ter que ser outra. “Eu não vejo como o fato de haver mais mulher no eleitorado possa beneficiar candidaturas femininas. O Brasil já passou por isso. Mas há menos mulheres na política, assim como elas também têm menos chances reais de ganhar”, afirmou o especialista. Por isso, é preciso que elas se concentrem nos estados onde podem ter mais chances, e não necessariamente ir pelo gênero.
Pelo país
Segundo o TSE, o maior número de eleitores está localizado em São Paulo, com 33 milhões, seguido por Minas Gerais (15 milhões) e Rio de Janeiro (12 milhões). Paralelo a isso, mapeamento anterior feito pelo Correio, que mostrou o destino das viagens dos presidenciáveis entre abril e junho, revelou que a maioria dos pré-candidatos se concentraram em eventos no Sudeste e Centro-Oeste do país. Casos de Manuela D´Ávila (PCdoB) e Marina Silva (Rede), que estiveram presentes em mais eventos nessas regiões, do que no Norte e Nordeste. O mesmo ocorre com Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), que têm poucas viagens destinadas a esses lugares.
“Eles devem pensar que não tem muito o que se fazer no Nordeste, porque o candidato escolhido do PT, seja o Lula ou outro, vai ter mais força por lá. A região ficou marcada como um local da esquerda. O PT ganhou na maioria dos estados lá nas últimas eleições”, afirmou Falcão. Isso também explicaria por que, por exemplo, com a inviabilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — preso desde abril — o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), tem mais viagens marcadas ao Nordeste. O mesmo acontece com Guilherme Boulos (PSol) e Ciro Gomes (PDT), considerados mais à esquerda, que tentam obter esse reduto do ex-presidente e também conquistar o eleitorado nordestino.
Convenções de DEM e MDB
Com a presença do pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), o DEM realizará hoje, às 9h, a convenção nacional que formalizará o apoio ao tucano. O partido é o principal parceiro do PSDB desde as eleições presidenciais de 1994, e o presidente nacional da legenda, Antonio Carlos Magalhães Neto, ganhou das demais agremiações do Centrão (também formado por PP, PRB, PTB e Solidariedade) a missão de negociar diretamente com o presidenciável a escolha do vice na chapa eleitoral. Hoje, o MDB também realiza convenção para oficializar o nome de Henrique Meirelles ao Planalto, mas também segue sem o vice definido.