A troca de farpas e os desentendimentos que envolveram o PSB e o nome do ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, durante toda quinta-feira (02) levaram a mais um capítulo nesta noite. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, decidiu alterar a composição da direção do partido em Minas Gerais, o que dificulta ainda mais a candidatura de Lacerda ao governo estadual.
Leia Mais
Lacerda rebate presidente do PSB e diz que não houve acordo para "candidatura de aparência" Carlos Siqueira rebate Lacerda e diz que a candidatura dele era de ''faz de conta''PDT em Minas Gerais deixa 'portas abertas' para Marcio LacerdaLacerda e Executiva Nacional do PSB entram em rota de colisãoDesta maneira, o partido terá além de Renê Vilela, Denisson Silva como vice-presidente, Igor Versiani, secretário geral, Alexandre Andrade, secretário de finanças, Edvaldo Piccinini, primeiro secretário, Denilson Gama, secretário de mobilização, e Júlio Delgado, secretário de articulação.
Apesar da polêmica criada em torno do nome de Marcio Lacerda ao Governo do estado, Renê Vilela afirma que a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte ficou inviável por conta daquilo que chamou de 'ambiguidade' do político.
"Ele se posicionava no sentido de poder ser vice do Ciro Gomes na corrida presidencial, mas depois sinalizava em concorrer para o governo de Minas. Por conta disto, a elaboração de um projeto do PSB ficou muito atrasada".
O presidente da nova comissão estadual do partido evita relacionar a mudança com um possível 'impedimento' da candidatura de Lacerda. "Seria um reducionismo afirmar isso. Nós temos uma agenda positiva e estamos apenas afirmando nossas prioridades: fortalecimento e reafirmação", explica Renê.
Com toda essa situação, Lacerda chegou a sinalizar que poderia apoiar uma 'terceira via' no estado durante as eleições. Perguntando sobre um possível isolamento do ex-prefeito dentro do próprio partido, Renê Vilela afirma que qualquer atitude que não siga a orientação nacional será entendida como 'gesto individual'.
Durante a tarde desta quinta, Lacerda criticou o acordo entre PT e PSB - chamando-o de truculento e que expressaria o que chamou de “a velha política”. Ele também não descartou recorrer à Justiça. "É possível uma judicialização. Tudo o que estiver ao nosso alcance para defender a candidatura, nós iremos atuar dentro dessas possibilidades", declarou Lacerda.
Também nesta quarta, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou com exclusividade ao Estado de Minas, que Marcio Lacerda lhe informou há três meses que pretendia desistir de sua candidatura ao governo e teria só há duas semanas mudado de ideia, quando passou a vislumbrar a possibilidade da coligação com o MDB.
.