O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) anunciou ontem a decisão de enfrentar a determinação da Executiva Nacional do PSB de retirada de sua candidatura ao governo de Minas.
Lacerda declarou a sua disposição de ir à convenção estadual amanhã por considerá-la soberana, determinado a homologar a indicação de seu nome para a sucessão estadual. Ele classificou de “truculento”, “antidemocrático” e “injusto” o acordo nacional entre PT e PSB – pelo qual o PSB em Minas e o PT em Pernambuco retiraram as candidaturas aos governos estaduais e os socialistas mantêm a neutralidade na disputa presidencial.
A disputa tende a ser judicializada, já que Lacerda anunciou a intenção de lutar “até o fim” por sua candidatura. Em nova investida no início da noite de ontem, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, comunicou ao Tribunal Regional Eleitoral a destituição da comissão provisória do partido em Minas e a nomeação de outra, presidida por Renê Vilela e ligada ao deputado Júlio Delgado, adversário político do ex-prefeito e contrário à candidatura dele.
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'Ficou inviável pela ambiguidade de Lacerda', diz presidente da nova comissão do PSBLacerda rebate presidente do PSB e diz que não houve acordo para "candidatura de aparência" Carlos Siqueira rebate Lacerda e diz que a candidatura dele era de ''faz de conta''Entre tapas e socos, direção estadual do PSB aprova candidatura de Lacerda ao governo TRE suspende intervenção do PSB nacional em Minas e mantém convenção para este sábado 'Lacerda é a melhor alternativa para Minas Gerais', afirmou novo presidente do PSB em evento do partido em janeiroPSB pode ter duas convenções neste sábado, uma delas sem participação de LacerdaSem deixar barato, Lacerda contestou a versão de Siqueira: “Jamais houve acordo para manter uma candidatura de aparências. Tanto que, após este encontro, mantive a minha agenda de pré-candidato.
Estava no seu melhor momento de maior desenvoltura da pré-campanha, prestes a fechar a coligação que lhe garantiria o maior tempo de TV entre todos os candidatos, dando robustez à possibilidade de construção de uma terceira via à polarização entre as candidaturas do PT, do governador Fernando Pimentel e do PSDB, do senador Antonio Anastasia. “Nossa candidatura crescia e se fortalecia como terceira via muito viável dentro da tradicional polarização entre PT e PSDB que vem infelicitando Minas já há bastante tempo”, afirmou Lacerda.
Ainda que Lacerda venha a confirmar na Justiça a sua candidatura, ele admitiu que a movimentação do PSB nacional gerou insegurança para as coligações. Apesar disso, afirmou que PDT e Pros mantinham o apoio ao seu nome. Lacerda garantiu que em hipótese alguma apoiará o PT. Mas candidato ou não, disse que se envolverá na campanha, sinalizando, sem nominar, que apoiaria uma “terceira via” se não puder concorrer.
‘PODER DE APROVAR’ Segundo Siqueira a resolução aprovada no 14º Congresso Nacional do PSB, em março, dá à direção nacional poder de aprovar ou não as coligações em cada estado. “São coligações que têm de acontecer no campo da centro-esquerda.
Mas, para o especialista em direito eleitoral João Batista de Oliveira, a convenção partidária é soberana e ninguém pode anulá-la, nem o diretório nacional o que permite a Lacerda manter a candidatura, já que, se desconhece que o congresso do PSB tenha publicado norma com essas informações. “E se não publicou, não tem validade alguma. Haverá a candidatura de Lacerda”, avaliou.
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