Em sua primeira entrevista após anunciar que disputará uma vaga na Câmara dos Deputados, o senador Aécio Neves (PSDB) voltou a afirmar, nesta sexta-feira, que é "vítima de uma armadilha política", sem apontar nomes, "daqueles que não queriam a ascensão de Minas ao governo federal'.
Áudio vazado no ano passado, revela Aécio pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS. O senador nega ilegalidade no pedido, alegando tratar-se de um empréstimo para pagamento de advogados.
Aécio também negou, em entrevista à Radio Itataiaia, que disputará um mandato de deputado para obter foro privilegiado. "O foro acabou, isso é uma declaração de quem desconhece a nossa legislação. Não existe mais foro para ninguém", reagiu o senador.
Em maio passado o Supremo Tribunal Federal (STF) restringiu o foro privilegiado para deputados federais e senadores. Os ministros definiram que os parlamentares só podem responder a um processo na Corte do STF se as infrações penais ocorreram em razão da função e cometidas durante o mandato.
Palanque
Aécio se esquivou de comentar se subirá em palanques da campanha do senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas. "Todos nós enfrentaremos incompreensões, tanto ele, como eu, acusações infames", disse o senador, acrescentando que "minha trajetória é que me estimula a andar de cabeça erguida".
Voto útil
Para o senador Aécio Neves, o ex-governador de São Paulo "tem tudo para ser o próximo presidente da República" .
Aécio avalia que o tucano será beneficiado já no primeiro turno pelo voto útil. "Aqueles que rejeitam uma disputa de Bolsonaro, por um lado, e o candidato apoiado pelo PT ou pelas esquerdas, de outro, tenderão a caminhar pelo centro", afirmou.