O programa da campanha presidencial do PT, a ser apresentado na tarde desta sexta-feira, 3, vai trazer propostas que miram o Judiciário e promovem uma guinada à esquerda na política econômica. O plano será apresentado pelo ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli, que coordena a campanha petista, pelo economista Márcio Pochmann e pelo ex-deputado Renato Simões, estes dois últimos responsáveis pela elaboração do programa ao lado do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
De acordo com versão divulgada na manhã desta sexta-feira, ainda pendente de ser confirmada em reunião do Diretório Nacional do PT, o programa propõe criar comissões para "avaliação de impacto e propor alterações para o aperfeiçoamento de leis" que "interditam a política". Na versão redigida há uma semana, no entanto, o plano colocava claramente a proposta de "revisão das leis" que se encaixem nesse contexto.
No contexto da reforma do Judiciário, o PT propõe ainda "eliminar os privilégios", colocando o fim do auxílio-moradia para magistrados, membros do Ministério Público e demais agentes públicos que possuam casa própria ou usem imóvel funcional. Além disso, o PT quer reduzir de 60 para 30 dias o período de férias desses setores.
Conforme já divulgado, o programa manteve a proposta de mudar o sistema de escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), conferindo um "papel maior à sociedade civil organizada" na escolha e instituindo tempo de mandatos para os membros do STF e de outras cortes superiores de Justiça. O documento, no entanto, não detalha o modelo de escolha e o período de mandato.
Nas delações premiadas, a equipe fez uma redação afirmando que o instrumento não deve ser utilizado para "proteger bandidos confessos e condenar pessoas inocentes".
Economia
Na área econômica, o programa do PT apresenta o chamado Plano Emergencial de Emprego, propondo retomar obras inacabadas, investimentos da Petrobras, do programa Minha Casa, Minha Vida, do Bolsa Família e criar linhas de crédito para famílias. O partido ainda promete revogar medidas do governo Michel Temer, como o teto de gastos, a política de privatização e a reforma trabalhista, substituindo-a por um "Estatuto do Trabalho" ainda a ser negociado.
Em um capítulo sobre a política macroeconômica, o plano do PT apresenta uma proposta de controle para estimular um câmbio competitivo e menos volátil.
Na área tributária, o programa da campanha presidencial confirma as propostas de isentar o Imposto de Renda para pessoas físicas que ganham até cinco salários mínimos, tributar lucros e dividendos, criar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e tributar grandes patrimônios e grandes movimentações financeiras, além de criar os chamados "tributos verdes", aumentando o custo de empresas que poluem e desonerando aquelas que invistam em pesquisas e soluções voltadas à sustentabilidade ambiental..