Jornal Estado de Minas

Alvaro Dias diz que, se for eleito, quer Sérgio Moro como ministro

O senador Alvaro Dias afirmou, durante a convenção do Podemos que confirmou seu nome como candidato à Presidência da República, que, se eleito, vai convidar o juiz federal Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava-Jato no Paraná, para ser o ministro da Justiça do seu governo. “Ele é o ícone da nova Justiça brasileira, símbolo do nosso povo, a nossa esperança para completar a tarefa de limpeza do país”, discursou o candidato em Curitiba. Na sua fala, Dias priorizou suas propostas de combate à corrupção e confirmou que convidou também os juristas René Dotti, Miguel Reale Junior e Modesto Carvalhosa para integrar seu governo. Reale estava presente no evento em Curitiba. Moro não quis comentar a declaração.


Por ser do Paraná, Alvaro Dias escolheu a capital para a confirmação da sua candidatura. O evento, no entanto, contou com aproximadamente metade do público de convenções estaduais realizadas no mesmo local, cerca de 2 mil pessoas. Ele é um político de tradição no Paraná. Foi governador do estado entre 1987 e 1991, deputado federal e estadual em anos anteriores e hoje ocupa o cargo de senador, para o qual foi reeleito em 2014, com 77% dos votos.


Em 2010, quando ainda integrava o PSDB, ele chegou a ser cogitado como vice de José Serra (PSDB) na disputa à Presidência da República.

Naquele ano, ele segurou a decisão até o último momento do registro da candidatura, mas acabou vencido por Índio da Costa (PSD). Seu irmão, Osmar Dias, só se lançou ao governo do Paraná naquele ano depois que Alvaro tomou posição.


Na época, Osmar tinha o apoio do PT estadual na candidatura. Historicamente, apesar de manter divergências políticas, os irmãos aguardam as definições partidárias em torno das suas candidaturas para se definir no pleito, justamente para não criar confrontos familiares.


Em 2018, Osmar Dias já havia se lançado pré-candidato ao governo do Paraná, mas anunciou a desistência da campanha diante de dificuldades para formar alianças no estado, principalmente com o partido do irmão, o Podemos, que, apesar da proximidade, até então não havia anunciado formalmente o apoio a Osmar.

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