A disciplina, optativa aos alunos da UFMG, é coordenada pelo professor de filosofia do Direito, Thomas Bustamante. Além dos graduandos, o público externo pode se inscrever para acompanhar as 32 conferências com 30 professores às terças e quintas. Estão previstos debates em todos os dias ao fim das palestras. Porém, ao término desta aula inaugural, iniciada com 30 minutos de atraso para acomodação do público, não houve perguntas. Parte dos presentes subiu ao palco para cumprimentar Dilma e tirar fotos com ela. A candidata ao Senado em Minas atendeu a alguns e saiu em seguida.
“Nossa democracia foi profundamente arranhada com esse processo. Precisamos entender e explicar o que aconteceu com um olhar teórico, crítico e científico para que não possa ocorrer novamente”, complementou Bustamante, ao apresentar a ex-presidente para a aula inaugural do curso ‘O impeachment de Dilma Rousseff como golpe de Estado’.
Na palestra, Dilma apontou o que chamou de seus dois ‘pecados’ – a alteração orçamentária e os subsídios dados a programas sociais –, que foram os pilares o impeachment. A ex-presidente explicou o processo e condenou a meritocracia, criticando o que chamou de ‘tentativas de desqualificação das políticas petistas’ que resultaram na cassação do seu mandato. “Se existe uma coisa ‘fake news’ é a meritocracia.
Dilma afirmou que as medidas tomadas em seu governo eram necessárias e citou, por exemplo, a manutenção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). “Temos que parar com essa história de que no Brasil se paga muito imposto. É muito grave não ter CPMF. Uma pessoa faz uma transação de R$ 100 milhões e paga 0,38% disso. Outra que faz de R$ 6 mil, paga 0,38%”, apontou.
A ex-presidente finalizou o discurso exaltando a população brasileira e defendeu Lula, preso em Curitiba. “A campanha contra ele é a sequência do golpe. Precisamos impedir a reprodução desse processo. Temos que ser capazes de lutar e resistir.