A Operação Lava Jato é o segundo revés da história da empreiteira Mendes Júnior, que atualmente está em recuperação judicial. Na década de 90, a empresa quase quebrou por causa de uma empreitada malsucedida no Iraque.
Criada em 1953 pelo engenheiro José Mendes Júnior, a construtora foi responsável pelas mais importantes obras do Brasil entre as décadas de 60 e 80. Construiu a represa de Furnas, a Ponte Rio-Niterói e a Hidrelétrica de Itaipu. Pelas mãos de Murillo Mendes Júnior (filho de José Mendes), a empresa ganhou espaço no exterior, onde fez ferrovias, rodovias e sistemas de água. Nos anos 1990, porém, a trajetória de crescimento foi interrompida pela Guerra do Golfo.
Em 1995, a Mendes Júnior estava no auge da crise, com dívidas e sem poder disputar novos contratos por causa de uma briga com o governo federal. Três anos depois, a empresa começava a retomar fôlego.
A partir de 2010, o faturamento alcançou cifras bilionárias. Em 2013, beirou os R$ 2 bilhões e pôs a empresa na 13.ª posição do ranking de construtoras.
Mas a tempestade provocada pela Lava Jato jogou uma pá de cal nos planos do grupo, que tiveram de enxugar a estrutura. Em setembro de 2014, antes da prisão de Sérgio Cunha Mendes, sobrinho de Murillo e vice-presidente do grupo, a empresa tinha 44 obras em carteira. Hoje deve ter meia dúzia de projetos, que garante a empresa de pé.
Considerada inidônea pela Controladoria-Geral da União (CGU), a empreiteira teve dificuldades para aprovar o plano de recuperação judicial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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