Pouco antes do prazo final para registro das candidaturas, que termina hoje, sete candidatos à Presidência da República inscreveram suas chapas e declararam patrimônio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na outra ponta, o menos “abastado” é Cabo Daciolo (Patriota), que disse não ter nenhum patrimônio. Somados, os outros cinco candidatos que já informaram seus bens ao TSE têm R$ 3,1 milhões. No total, 13 chapas concorrem à sucessão de Michel Temer (MDB).
Os bens mais valiosos do candidato do Novo são aplicações financeiras, imóveis, obras de arte, joias, embarcações, automóveis, quotas de empresas e ações. Somente uma aplicação em renda fixa de Amoêdo tem R$ 217 milhões.
A Justiça Eleitoral não detalhou os bens dos candidatos neste ano. Sabe-se, porém, que uma das empresas da família é a Fina Participações, holding com sede em São Paulo. Outra, é a CSA Fomento Comercial, também registrada na capital paulista.
O segundo mais rico, considerando a prestação de contas liberada pelo TSE, é o candidato do PSL, o deputado Jair Bolsonaro. Ele declarou bens que somados totalizam R$ 2.286.779,48. Desse total, R$ 1,383 milhão é referente ao valor de cinco casas que o deputado fluminense colocou em sua declaração de bens. Ainda se destacam no patrimônio de Bolsonaro carros, imóveis e ações.
Uma das casas tem valor declarado de mais de R$ 603 mil. A de valor mais baixo é avaliada, segundo o candidato, em R$ 98,5 mil. O restante do valor é referente a veículos e aplicações financeiras. Só na poupança, o concorrente do PSL ao Planalto tem quase meio milhão de reais.
Na última eleição que disputou, em 2014, Bolsonaro havia declarado um patrimônio de R$ 2.074.692,43. O valor é 10% menor que o montante informado agora. Em 2002, o parlamentar informou ter bens e dinheiro que somavam R$ 419 mil.
Já Ciro Gomes (PDT) têm R$ 1.695.203,15 em bens. Na declaração prestada ao TSE, ele afirmou ter dois apartamentos, um deles de R$ 381 mil e o outro de quase R$ 370 mil. Há também uma casa de R$ 300 mil. O patrimônio de Ciro ainda se distribui em poupanças, participações societárias e outros créditos.
O tucano Geraldo Alckmin declarou 16 bens, que, somados atingem o montante de R$ 1.379.131,70. Ele tem em seu nome, segundo a declaração, um prédio comercial, um apartamento, uma casa, bens imóveis que não são detalhados, duas terras nuas, três aplicações VGBL num total de R$ 480,7 mil, outros R$ 33,8 mil em depósito em contas correntes no país, bens móveis, fundo de curto prazo, quotas ou quinhões de capital e ações. Sua vice na chapa, a senadora Ana Amélia (PP-RS) declarou ter R$ 5.125.983,92 em bens, quase quatro vezes mais que o ex-governador paulista.
"Zero Real"
Cabo Daciolo afirmou não ter nenhum bem nem valores em poupança ou conta-corrente. Mesmo sendo deputado federal, com salário em torno de R$ 25 mil, ele declarou o total de R$ 0 em patrimônio.
Em vídeo recente que postou em seu perfil em uma rede social, ele afirmou ter apenas um celular de modelo simples, sem conexão com a internet. Para viabilizar o post em vídeo ele alegou que usava o tablet da filha. Contudo, nem mesmo o celular aparece em sua declaração encaminhada ao TSE.
O presidenciável do Psol, Guilherme Boulos, e a do PSTU, Vera Lúcia, também declararam patrimônios mais “acanhados” quando comparados com os outros concorrentes.
Boulos afirmou ao TSE ter apenas um “veículo automotor terrestre”, categoria que engloba caminhão, automóvel, moto ou outros, no valor de R$ 15.416,00. Já a candidata do PSTU informou ter apenas um terreno no valor de R$ 20 mil.
Até o fim da noite de ontem, o TSE não havia recebido a declaração de bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, oficializado pelo PT em convenção como o candidato do partido, candidatura que ainda depende de liberação do tribunal.
Mesma situação de Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e Álvaro Dias (Podemos). Completa a lista de espera José Maria Eymael (DC).
PATRIMÔNIO DOS CANDIDATOS
Oito dos 13 presidenciáveis já declararam bens ao fazer o registro da candidatura
Cabo Daciolo (Patriota) 0
Ciro Gomes (PDT) R$ 1.695.203,15
Geraldo Alckmin (PSDB) R$ 1.379.131,70
Guilherme Boulos (PSOL) R$ 15.416,00
Jair Bolsonaro (PSL) R$ 2.286.779,48
João Amoêdo (Novo) R$ 425.066.485,46
Vera Lúcia (PSTU) R$ 20 mil
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)