Um dos cinco candidatos mais ricos desta eleição, Henrique Meirelles (MDB) fez uma doação de R$ 20 milhões para a própria campanha. A prestação de contas do ex-ministro da Fazenda ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), feita nessa segunda-feira (20), mostra que a quantia foi depositada em transferência única para as contas eleitorais.
Até então, a doação figurava como o maior valor repassado a campanhas por uma pessoa física, visto que não há mais a possibilidade de financiamento privado.
Esta não é a primeira vez que Henrique Meirelles ganha notoriedade ao bancar uma campanha eleitoral do próprio bolso. Em 2002, quando se candidatou a deputado federal por Goiás, Meirelles também tirou da própria conta recursos para bancar a sua campanha eleitoral. Segundo dados do TSE, naquele ano Meirelles desembolsou R$ 887 mil.
O dinheiro foi usado, entre outras coisas, para pagar um showmício com os cantores sertanejos Rick e Renner e para viajar por todo o estado de Goiás pedindo votos. A campanha tinha até uma equipe de TV própria.
Meirelles não só foi eleito como acabou sendo o candidato mais votado no estado. Apesar disso, ele não chegou a assumir o cargo de deputado federal. Preferiu renunciar para comandar o Banco Central, a convite do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
O convite foi visto como parte do plano do petista naquele ano para “acalmar o empresariado”, descrito na “Carta aos Brasileiros” divulgada na época pelo PT. Antes dele, Pedro Bodin, então presidente do extinto Banco Icatu, havia recusado o convite de Lula para assumir o comando do BC.
O emedebista, na época, era tido como um dos “brasileiros mais bem sucedidos no mercado internacional”, por causa da atuação dele como presidente do Bank Boston, controlado pela norte-americana Bank of America e que não atua no Brasil desde 2006.
Apesar de não ter sido a primeira opção de Lula, Meirelles já vinha conversando com o PT durante toda a campanha eleitoral durante vários encontros marcados com as lideranças do partido.
*Estagiário sob supervisão do editor Renato Scapolatempore