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Estado de Minas

Pela 2ª vez, Meirelles banca a própria campanha

Candidato doa R$ 20 milhões para tentar se eleger presidente. Em 2002, ele gastou R$ 887 mil do próprio bolso para se tornar deputado federal, mas acabou renunciando ao cargo para ser presidente do Banco Central


postado em 23/08/2018 14:03 / atualizado em 23/08/2018 19:15

Santinho de Henrique Meirelles (MDB), quando concorreu a deputado federal pelo PSDB, em 2002(foto: Reprodução)
Santinho de Henrique Meirelles (MDB), quando concorreu a deputado federal pelo PSDB, em 2002 (foto: Reprodução)
Um dos cinco candidatos mais ricos desta eleição, Henrique Meirelles (MDB) fez uma doação de R$ 20 milhões para a própria campanha. A prestação de contas do ex-ministro da Fazenda ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), feita nessa segunda-feira (20), mostra que a quantia foi depositada em transferência única para as contas eleitorais.
 

Esta não é a primeira vez que Henrique Meirelles ganha notoriedade ao bancar uma campanha eleitoral do próprio bolso. Em 2002, quando se candidatou a deputado federal por Goiás, Meirelles também tirou da própria conta recursos para bancar a sua campanha eleitoral. Segundo dados do TSE, naquele ano Meirelles desembolsou R$ 887 mil.
 
Jair Amaral/EM/Arquivo (foto: Rick e Renner durante o segundo dia do Brasil Country Show, que foi realizado em 2002, no Mineirão, em Belo Horizonte)
Jair Amaral/EM/Arquivo (foto: Rick e Renner durante o segundo dia do Brasil Country Show, que foi realizado em 2002, no Mineirão, em Belo Horizonte)
O dinheiro foi usado, entre outras coisas, para pagar um showmício com os cantores sertanejos Rick e Renner e para viajar por todo o estado de Goiás pedindo votos. A campanha tinha até uma equipe de TV própria.

JOSE VARELLA/CB PRESS/ARQUIVO(foto: José Dirceu cumprimenta o então presidente do Banco Central Henrique Meirelles, em 2002)
JOSE VARELLA/CB PRESS/ARQUIVO (foto: José Dirceu cumprimenta o então presidente do Banco Central Henrique Meirelles, em 2002)
Meirelles não só foi eleito como acabou sendo o candidato mais votado no estado. Apesar disso, ele não chegou a assumir o cargo de deputado federal. Preferiu renunciar para comandar o Banco Central, a convite do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
 
O convite foi visto como parte do plano do petista naquele ano para “acalmar o empresariado”, descrito na “Carta aos Brasileiros” divulgada na época pelo PT. Antes dele, Pedro Bodin, então presidente do extinto Banco Icatu, havia recusado o convite de Lula para assumir o comando do BC.

Henrique Meirelles em 2000, quando era presidente mundial do Bank Boston (foto: PAULO GIANDALIA/FOLHA IMAGEM/Arquivo EM)
Henrique Meirelles em 2000, quando era presidente mundial do Bank Boston (foto: PAULO GIANDALIA/FOLHA IMAGEM/Arquivo EM)
O emedebista, na época, era tido como um dos “brasileiros mais bem sucedidos no mercado internacional”, por causa da atuação dele como presidente do Bank Boston, controlado pela norte-americana Bank of America e que não atua no Brasil desde 2006.
 
Apesar de não ter sido a primeira opção de Lula, Meirelles já vinha conversando com o PT durante toda a campanha eleitoral durante vários encontros marcados com as lideranças do partido.
 
*Estagiário sob supervisão do editor Renato Scapolatempore 


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