O governador Fernando Pimentel (PT) assinou nesta quinta-feira dois decretos criando comissões com representantes do Executivo e dos sindicatos da categoria para acompanhar a folha de pagamentos e estudar mecanismos para financiar o sistema previdenciário do serviço público, atualmente com um déficit de R$ 17 bilhões. E em discurso no Palácio da Liberdade, o petista ainda criticou propostas “milagrosas” feitas por seus adversários nestas eleições.
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No último dia 8 o governador havia anunciado a formação da comissão, após encontro com sindicalistas. Além do parcelamento do salário dos servidores desde janeiro de 2016, o governo vem enfrentando atraso ainda maior no pagamento dos inativos.
A folha de pagamentos mensal chega a R$ 2,4 bilhões. Fernando Pimentel pediu aos sindicatos “serenidade e solidariedade” para enfrentar a crise financeira no estado.
Escalado pelo governo para falar sobre o assunto com a imprensa, o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, afirmou que a intenção do governo é abrir todos os dados financeiros, operacionais e gerenciais para os sindicatos do funcionalismo, além do movimento no caixa estadual.
“Vamos mostrar as dificuldades, os contratempos que a gente semper tem colocado, as intercorrências que geram descompasso com a data prometida e efetivada na folha de pagamento”, disse o secretário.
Segundo Helvécio Magalhães, em relação à previdência pública, o governo vai buscar um equacionamento financeiro que garanta os direitos já conquistados pelos servidores. “Mas que substitua gerencialmente, na forma financeira e atuarial, o uso dos recursos fiscais, ou seja, arrecadados dos impostos, para pagar a previdência de quem tem direito e já se aposentou, os dos pensionistas”.
De acordo com o secretário, o governo vem coletando dados e experiências em outros estados. O decreto com a criação das comissões serão publicados na edição de hoje do Minas Gerais, abrindo prazo para que os sindicatos indiquem os integrantes.
A expectativa é que a primeira reunião dos grupos seja realizada na semana que vem. A partir das discussões do grupo, o governo deverá apresentar projetos de lei até dezembro na Assembleia Legislativa.
Questionado sobre a criação do grupo apenas no final do mandato, Helvécio Magalhães alegou que houve muita “interdição” no debate, pela postura de alguns sindicatos que cobravam reajustes para a categoria como condição para qualquer negociação.
“Estávamos e estamos com dificuldade de honrar a folha corrente. Como falar de aumento? Então isso interditou o debate, mas mais recentemente, em uma demanda de sindicatos, eles propuseram formalmente ao governador uma reunião, da qual saiu a decisão dessas duas comissões”, comentou. .