Dizendo-se vítima de um golpe que impediu sua candidatura ao governo de Minas, o ex-prefeito Marcio Lacerda (sem partido) afirmou que não pretende disputar mais nenhuma eleição ou ocupar cargos políticos.
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Lacerda divulga 'cronologia do golpe', sobre fim de sua candidaturaLacerda diz que apoio a Adalclever independe do MDB Lacerda desiste de ser candidato ao governo de MinasLacerda endossa Ciro e diz ser vítima de 'acordo espúrio de cúpula' de PT e PSB Confundido com Lacerda, candidato ao Senado aparece em terceiro lugar em pesquisaAo outro padrinho, o senador Aécio Neves, creditou o insucesso de sua última investida política na eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte, em 2016.
A íntegra da entrevista será publicada na edição de amanhã do Estado de Minas
O sr. disse ser vítima de um golpe que retirou sua candidatura ao governo. De quem foi o golpe?
Esse golpe foi da direção nacional do PSB fazendo um acordo com o PT, que considero nocivo aos interesses do partido, evitando um possível apoio a Ciro Gomes, e priorizando a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB), em Pernambuco, com a retirada da candidatura da Marília Arraes (PT) ao governo. Sacrificou-se a possibilidade da vitória do partido em um estado muito importante, o partido se apequenou, perdeu uma oportunidade de crescer eleitoralmente e no respeito da opinião pública.
A decisão do PSB foi em um acordo com o PT. Que participação o sr. acredita que o governador Fernando Pimentel teve nesse processo?
Ele nos convidou para ser o candidato ao Senado meses antes e não concordei.
Quando o sr. disse que a velha política o tirou da disputa, o Carlos Siqueira o chamou de inseguro e vacilante. Como o responde?
Esse pequeno documentário (cronologia do golpe) que fizemos foi em resposta a essa deselegância e a essas mentiras que ele falou.
Quando o PSB retirou sua candidatura, o sr. disse que lutaria até o fim para mantê-la. Na terça-feira desistiu. O que aconteceu?
Ao fazer esse anúncio tínhamos uma avaliação jurídica que nos dava muita segurança em relação a uma vitória nos tribunais. Na segunda tivemos o parecer do procurador eleitoral determinando que nossa convenção do dia 4 não tinha validade. Isso vai a julgamento na segunda-feira no TRE e, naquele exato momento, precisaria bater o martelo sobre a campanha.
O sr. era empresário e entrou na política pelas mãos de Aécio Neves e Fernando Pimentel. Depois que rompeu com os dois seus projetos políticos não deram certo. Foi pela falta de apoio deles?
Lógico que tive mais sucesso como administrador do que como dirigente partidário, mas esse aparente insucesso está mostrando às pessoas que a política é necessária à sociedade, mas o modo de fazer política precisa mudar. O fato de eu não ter aceitado ir ao Senado na chapa do PT e, agora, na desistência não ter negociado apoio aos candidatos que estão na liderança, mostra que é preciso ter coerência e transparência no comportamento político. Acho que tenho sucesso como político na medida em que estou mostrando para a sociedade que é possível ser um político sério, eu me considero um. E muitos outros são e até injustiçados, como o Adalclever, para quem estou pedindo voto.
Se seu grupo não for para o segundo turno o sr.
Vou debater como pessoa física dentro do grupo de partidos que me apoiaram e tentar uma decisão de consenso. Se acontecer será uma decisão de consenso. Espero que o Adalclever esteja no segundo turno e acho que tem muitas condições de estar.
O sr está sem mandato desde 2016 e agora se desfiliou. Vai continuar na política? Já sabe para qual partido vai?
Vou até o programa eleitoral pedir voto para o Adalclever se ele quiser e, depois da eleição, tenho dito para os companheiros que vou ver que país vamos ter, que Minas vamos ter. Não pretendo disputar cargo público nem aceitar convite de nomeação para cargo. Quero continuar sendo um agente de mudança como voluntário. Não pretendo mais disputar eleição..