Em campanha por Minas Gerais, o candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, desviou das perguntas sobre como alavancar sua candidatura frente à do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), com quem disputa eleitores, e afirma que quer ser o presidente da “primeira infância”. No primeiro ato de campanha ao lado do candidato tucano ao governo de Minas, Antonio Anastasia, o ex-governador de São Paulo visitou creche em Belo Horizonte e seguiu para o município de Jequitinhonha, na região de mesmo nome. Alckmin negou que o publicitário Marcelo Vitorino, responsável pelas redes sociais de sua campanha, foi substituído, alegando que houve reforço na equipe.
A informação era de que o publicitário teria sido retirado do cargo porque a campanha de Alckmin ainda não encontrou tom para impulsionar o ex-governador e “desconstruir” Bolsonaro, que lidera as pesquisas no cenário sem Lula e concorre com o tucano pela mesma fatia de eleitores. Alckmin figura apenas no quarto lugar na intenção de voto, atrás também de Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT).
“Não houve substituição. Vitorino continua com a gente. O que fizemos foi ampliar o time das redes sociais”, disse. Sem citar o nome do concorrente, Alckmin afirmou que sua estratégia é mostrar ao eleitor o que fez como governador de São Paulo. Ele também evitou fazer conjecturas sobre o segundo turno. “Não sei quem vai conosco, mas estaremos firmes lá. A chance de ganharmos é muito grande”, disse. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) tem aventado, caso o PSDB não vá para o segundo turno, uma frente progressista com o PT. “O FHC está firme conosco. É claro que existem dois ansiosos na vida: os candidatos e os políticos. Estamos só no começo”, desconversou.
Se FHC está com Alckmin, já não é possível dizer o mesmo sobre a base dos partidos do Centrão, coligados ao PSDB. O ex-governador reconheceu que há políticos fazendo campanha para outros candidatos à Presidência e atribui o problema ao sistema político brasileiro. “Uma primeira reforma que temos que fazer é a reforma política. Não há hipótese de continuar com 35 partidos no Brasil”, disse.
Alckmin e Anastasia visitam o Norte de Minas numa viagem bate-volta e não participarão do lançamento da campanha do colega de partido Aécio Neves a deputado federal, hoje, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. “O presidente Geraldo vai ao Rio Grande do Sul e eu gravo propaganda eleitoral”, afirmou.
EDUCAÇÃO A visita de Alckmin – que estava acompanhado da mulher, Lu Alckmin – e de Anastasia ao Lar de Antônio Tereza, no Bairro Trevo, na Região da Pampulha, faz parte de uma estratégia de campanha do PSDB que pretende valorizar iniciativas da sociedade civil que tenham parceria com o poder público. Fundada pelo advogado Vicente de Paula, que foi professor de Anastasia na faculdade, a creche funciona em convênio com a prefeitura de BH e atende cerca de 400 crianças de 1 a 5 anos. Acompanhados de equipes de filmagem da campanha eleitoral, eles foram ao refeitório, tentaram interagir com as crianças e conheceram as dependências do espaço.
“Quero ser presidente da primeira infância. Investir nas crianças, nos pequeninos. O Brasil ainda tem fora da escola 440 mil crianças com 4 e 5 anos de idade. Nossa meta é zerar e ampliar enormemente o acesso à faixa até 3 anos, que é a creche-escola, ampliando convênios com prefeituras municipais e entidades da sociedade civil”, afirmou o presidenciável. Para isso, ele prometeu fazer reforma administrativa, enxugando a máquina pública e retomando a confiança na economia e, consequentemente, a arrecadação.
Durante a visita, Anastasia comentou sobre a entrada do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais Adalclever Lopes (MDB) na disputa do governo do estado, no lugar do ex-prefeito Marcio Lacerda. “Quando você decide ser candidato, você não escolhe adversários, você submete seu nome, apresenta suas propostas e parte para o debate. Quem escolhe é o eleitor”, ressaltou.