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Estado de Minas

Diretório do PT repudia protesto da Prefeitura de Montes Claros e chama greve de 'ação eleitoreira'

Presidente do partido na cidade contestou ato e acusou prefeito de 'enganar' o eleitorado


postado em 28/08/2018 16:47 / atualizado em 28/08/2018 18:51

Prefeito decretou greve de um dia, nessa segunda-feira, e Prefeitura de Montes Claros não teve atendimento(foto: Luiz Ribeiro/EM/D. A Press)
Prefeito decretou greve de um dia, nessa segunda-feira, e Prefeitura de Montes Claros não teve atendimento (foto: Luiz Ribeiro/EM/D. A Press)
O PT divulgou ontem nota de repúdio contra o protesto da Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas – sexta maior cidade do estado, com 400 mil habitantes –, que paralisou o atendimento à população para pressionar o governo do estado a repassar recursos em atraso. A greve ocorreu na segunda-feira, quando as portas da prefeitura foram fechadas e os serviços públicos municipais foram interrompidos. Na nota, assinada pelo presidente do diretório do PT em Montes Claros, Paulo Rogério Souza, a manifestação é classificada de “locaute” e de “ação eleitoreira”, uma vez que ocorre às vésperas das eleições de outubro.

O PT acusa o prefeito Humberto Souto (PPS) de tentar “enganar e ludibriar o eleitorado se escondendo por trás dos temas saúde e educação, retornando com a velha política da difamação e das ações agressivas para atingir e prejudicar o (governador) Fernando Pimentel”. Também faz alusão a uma vinculação entre Souto e candidatos do PSDB.

A nota provocou outra polêmica, uma vez que filiados ao PT ocupam cargos na atual administração municipal. Paulo Rogério confirmou que existem petistas nomeados na prefeitura, mas que eles não foram indicados pelo partido. “O prefeito convidou algumas pessoas filiadas (ao PT) para a administração. Mas, isso não foi por indicação nossa. Nunca estive com o prefeito discutindo cargos. Então, mesmo que as pessoas nomeadas sejam filiadas ao nosso partido, nós não respaldamos as nomeações. Ele tem o direito de exonerar na hora que quiser”, afirmou o presidente do diretório petista.

Na segunda-feira, Humberto Souto justificou a suspensão dos serviços diante dos atrasos no repasse de recursos da saúde – que já chegam a mais de R$ 40 milhões – e de verbas do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), desde janeiro, que somam R$ 12 milhões.

“O protesto é uma forma de despertar a sociedade, mostrar para a sociedade que o município não é culpado pelo que está acontecendo. O culpado é o estado, que está descumprindo suas obrigações legais”, afirmou o prefeito na segunda-feira, salientando que a falta de repasses tem comprometido seriamente os serviços essenciais de saúde e educação no município.

“Promover manobra de tamanha vergonha visando somente prejudicar o Fernando Pimentel faz o senhor prefeito agravar a crise de confiança, espalhar o caos nas instituições em conluio às ações tucanas contra a democracia e a soberania nacional”, diz a nota do PT.

'Tudo mentira'

Após dizer que responderia os ataques também em nota, o prefeito acabou rebatendo as acusações em entrevista. “É tudo mentira. Não houve política nenhuma. (Durante o protesto) não falei nome de político algum”, alegou o prefeito, lembrando, no entanto, que mencionou a “irresponsabilidade do governador do estado de não fazer os repasses”.

Também refutou a nota do PT de tentar vincular a manifestação com campanha eleitoral de candidatos tucanos. “Não tem nada a ver uma coisa com outra.” Souto ressaltou que vai continuar a mobilização até conseguir as verbas em atraso.

Humberto Souto também admitiu que existem petistas em sua administração, mas que não deverá exonerar ninguém por causa do episódio. “Nomeio pessoas. Não governo com partidos. Não tenho líder ou bancada na Câmara Municipal. Governo com todos os vereadores”, declarou o prefeito. O PT tem como representante na Câmara Municipal o vereador Aldair Fagundes (PT).


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